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14/Abr/2021

Tendência de preços mais sustentados do algodão

Após recuarem com certa força por um mês, os preços do algodão em pluma estão mais firmes nestes últimos dias. No dia 4 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, saiu do recorde nominal, de R$ 5,22 por libra-peso, para R$ 4,76 por libra-peso no dia 5 de abril, quando, a partir de então, passou a registrar pequena recuperação. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,24%, cotado a R$ 4,82 por libra-peso. Na parcial do mês, o movimento é de leve alta (+0,36%). Ainda, o Indicador esteve, em média, 11,6% acima da paridade de exportação nestes primeiros dias de abril. A sustentação vem da posição mais firme de vendedores, que estão atentos às altas nos preços externos da pluma e nas estimativas indicando menor produção interna e possível novo recorde nas exportações da commodity.

Além disso, parte dos produtores acredita em aquecimento na demanda nos próximos dias, já que muitas indústrias não têm adquirido a pluma para entrega imediata desde o início de março. Do lado da demanda, estão ativos no mercado apenas os compradores com necessidade de curto prazo e/ou com interesse em repor estoque. Muitas indústrias utilizam a matéria-prima estocada e/ou de recebimento de contratos. Além disso, algumas empresas estão com parte das atividades reduzida e/ou paralisada. Algumas unidades chegam até mesmo a adiar os recebimentos e/ou cancelar os embarques, seja por falta de espaço para armazenamento ou de aprovação de financiamentos para pagamento. A prorrogação de restrições de circulação em algumas cidades do País, por sua vez, pode manter indústrias afastadas de novas compras.

O relatório divulgado no dia 8 de abril pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou área de algodão na safra 2020/2021 de 1,41 milhão de hectares, queda de 15,2% sobre a de 2019/2020. A produtividade é estimada em 1.764 quilos por hectare de algodão em pluma, 2,1% menor que a da safra anterior. Assim, a produção é prevista em 2,49 milhões de toneladas, significativos 16,9% abaixo da temporada 2019/2020. As lavouras seguem em boas condições, sendo que a maioria está em fase reprodutiva (floração e formação de maçãs). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,41 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,42 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, a valorização do petróleo, a diminuição da estimativa de área nos Estados Unidos e a redução de estoque elevaram os contratos. O vencimento Maio/2021 está cotado a 80,14 centavos de dólar por libra-peso e Julho/2021, a 81,51 centavos de dólar por libra-peso, ambos com avanço de 2,9% nos últimos sete dias. O contrato Outubro/2021 apresenta valorização de 3,4% no mesmo período, indo para 80,92 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2021, 3,3%, a 80,44 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 9 de abril, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que a produção mundial na temporada 2020/2021 deve cair 7,4% frente à anterior, para 24,61 milhões de toneladas.

O consumo global deve aumentar 14,5%, para 25,66 milhões de toneladas. Dessa forma, o estoque mundial da temporada 2020/2021 deve ser de 20,35 milhões de toneladas, queda de 5% frente à safra passada. Para o Brasil, especificamente, o volume estocado está projetado em 2,7 milhões de toneladas, 13,7% inferior ao da safra passada. O estoque dos Estados Unidos, por sua vez, foi reduzido para 849 mil toneladas, queda expressiva de 46,2% frente à temporada 2019/2020. As transações entre os países poderão totalizar 9,9 milhões de toneladas em 2020/2021, com altas de 11,6% nas importações e de 9,6% nas exportações se comparadas às da safra 2019/2020.

Por mais um mês, o USDA aumentou a previsão de importação da China na safra 2020/2021, para 2,56 milhões de toneladas, ficando expressivos 64,6% superior a 2019/2020, o maior volume desde a safra 2013/2014, quando chegou a 3 milhões. Quanto ao Paquistão, a importação deve atingir recorde de 1,15 milhão de toneladas e superar a produção doméstica pela primeira vez, devido à maior demanda local. A Índia sempre foi um fornecedor importante para o Paquistão, mas, com o fechamento da fronteira em 2019, o Paquistão impulsionou as compras do algodão originário do Brasil e dos Estados Unidos. O Brasil, por sua vez, teve a sua exportação elevada em 17,5% em relação à temporada anterior, chegando em 2,29 milhões de toneladas, um novo recorde. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.