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07/Abr/2021

Tendência de baixa do preço do algodão no Brasil

A lentidão no mercado de algodão em pluma, que vem sendo observada desde a segunda semana de março, foi intensificada neste começo de abril. Compradores e vendedores estão afastados do spot nacional e sem interesse em fechar novos contratos a termo. Apenas negócios pontuais são realizados quando demandantes têm necessidade e/ou quando vendedores cedem. Agentes de indústrias trabalham com a pluma estocada e/ou recebida por meio de contratos. Esses agentes estão incertos quanto ao comportamento da demanda nos próximos meses e, por isso, atuam com bastante cautela. Tradings também diminuíram o ritmo de negócios, tanto para exportação quanto para o mercado interno. Nesse cenário, os preços da pluma seguem em queda, voltando aos patamares observados em 12 de fevereiro deste ano.

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,76 por libra-peso. Quanto às exportações, estiveram aquecidas em março. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil embarcou 221,95 mil toneladas, 58,2% a mais que em março/2020 e um recorde para um mês de março. De agosto/2020 a março/2021 (parcial da safra), a quantidade exportada já soma 1,944 milhão de toneladas, acima do recorde anterior, verificado de agosto/2019 a julho/2020, quando 1,943 milhão de toneladas foram escoadas. Em 12 meses, o volume exportado soma 2,24 milhões de toneladas, um recorde. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,32 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,33 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com bases no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Os contratos na Bolsa de Nova York acumulam queda nos últimos sete dias, influenciados por incertezas sobre a recuperação na demanda mundial e pelo enfraquecimento do preço do petróleo. O vencimento Maio/2021 apresenta desvalorização de 3,24% nos últimos sete dias, cotado a 77,88 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Julho/2021 registra recuo de 2,97%, indo para 79,18 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 78,27 centavos de dólar por libra-peso (-1,73%) e o Dezembro/2021, a 77,87 centavos de dólar por libra-peso (-0,99%). Segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 31 de março, a área com algodão no país norte-americano deve somar 4,87 milhões de hectares na safra 2021/2022, apenas 0,5% inferior à de 2020/2021 e 12% abaixo de 2019/2020. Além disso, 6% da área dos Estados Unidos já havia sido semeada, contra 7% no mesmo período de 2020 e 5% na média dos últimos cinco anos.

De acordo com informações divulgadas no dia 1º de abril pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac), a produção mundial na temporada 2020/2021 está estimada em 24,11 milhões de toneladas, queda de 8,1% no comparativo com a safra passada. O consumo foi apontado em 24,54 milhões de toneladas, 7,4% superior ao da temporada 2019/2020. O consumo chinês está previsto em 8,1 milhões, representando 31% do total. A exportação mundial, por sua vez, pode crescer 4,1% frente à safra anterior, a 9,49 milhões de toneladas. Nesse cenário, o estoque final deve ser de 20,94 milhões de toneladas, recuo de 1,2% na comparação com a temporada 2019/2020. Quanto aos preços, o Icac indica média do Índice Cotlook A de 78,50 centavos de dólar por libra-peso para o final da temporada 2020/2021, alta de 3,7% frente ao relatório divulgado no início de março. Os valores tiveram suporte nos menores estoques, tendo em vista o recuo na produção e elevação do consumo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.