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31/Mar/2021

Preços do algodão sofrem recuos neste fim de mês

O mercado de algodão em pluma registrou dois momentos distintos em março. Nos primeiros dias do mês, os valores internos subiram, movimento que já vinha sendo observado em janeiro e em fevereiro, tendo como impulso a demanda aquecida, a posição firme de vendedores e a baixa oferta de pluma no spot nacional. Diante disso, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, chegou a atingir R$ 5,22 por libra-peso no dia 4 de março, recorde nominal diário da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. Nos dias seguintes, o elevado preço interno e as incertezas geradas pelo novo avanço da Covid-19 no Brasil, que resultaram em restrições de circulação de pessoas e em fechamento do comércio em muitas cidades, afastaram agentes de indústrias do mercado spot. Nesse contexto, a oferta começou a se sobrepor à demanda, e os preços passaram a cair de forma consecutiva.

No geral, apenas compras pontuais envolvendo pequenos volumes são registradas, até porque os agentes priorizam o uso do algodão em estoque e de recebimento de contratos a termo. Do lado vendedor, somente os produtores com maior necessidade estiveram flexíveis nos preços. Ressalta-se que a maioria dos produtores está bem capitalizada e com grande parte da próxima safra já comprometida. Agentes intermediadores estão voltados à administração de embarques dos fechamentos anteriores, fazendo poucas tentativas de negócios. Neste caso, muitos se mostram receosos quanto aos preços de curto à longo prazos. No balanço do mês, o Indicador CEPEA/ESALQ registrou recuo de 5,21%, cotado a R$ 4,79 por libra-peso. Nos últimos sete dias, a baixa é de 2,4%. A queda na paridade de exportação também influencia a retração dos preços ao longo de março.

A média mensal do Indicador, no entanto, está em R$ 5,02 por libra-peso, 4,89% maior que a de fevereiro, expressivos 72,14% superior à de março/2020 e um recorde, em termos nominais. Quando os valores são corrigidos pelo IGP-DI de fevereiro/2021, a média de março está 34,63% acima da de março/2020. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, de janeiro/2020 para janeiro/2021 (informações mais recentes), o comércio varejista recuou 0,3%, sendo que a queda na atividade de “tecidos, vestuário e calçados”, de 21,1%, foi a que mais influenciou esse resultado negativo. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,27 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,28 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

O Indicador em Reais está, em média, 10,6% acima da paridade de exportação. Quanto aos contratos na Bolsa de Nova York, a alta do dólar e o enfraquecimento do petróleo nos últimos dias pesam sobre os contratos, que apresentam desvalorização com um pouco mais de força nos últimos dias. Assim, o vencimento Maio/2021 está cotado a 80,49 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 9,4% no acumulado da parcial deste mês. O vencimento Julho/2021 apresenta recuo de 9,04% neste mês, indo para 81,60 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 79,65 centavos de dólar por libra-peso (-6,5%) e o Dezembro/2021, a 78,65 centavos de dólar por libra-peso (-6,74%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.