ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Jan/2021

Tendência é de alta do preço do algodão no Brasil

A valorização do dólar e a alta nos preços internacionais neste início de ano têm resultado em novos avanços nos valores do algodão no mercado brasileiro, à medida que esse cenário favorece a paridade de exportação. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 4,21 por libra-peso, o maior, em termos nominais, de toda a série história desse produto, iniciada em julho de 1996. Na parcial deste mês, o avanço do Indicador é de expressivos 10,7%. Muitos produtores do Cerrado estão com as atenções voltadas às lavouras de algodão. Assim, os vendedores ativos pedem valores maiores, o que acaba sendo aceito por parte dos compradores que estão com estoques baixos. Tradings também atuam nas compras e vendas. Os comerciantes, por sua vez, buscam repor seus estoques, mas a disparidade de preço limita os fechamentos de negócios “casados”.

Neste ano, entrou em vigor a redução no crédito presumido do ICMS no Proalmat (Programa de Incentivo de Algodão de Mato Grosso) sobre a alíquota dos 12% aos produtores de Mato Grosso cadastrados. Assim, o incentivo, que era de 75% até 2020, passou para 65% em 2021, ou seja, o valor tributado que era de 3% subiu para 4,2% do ICMS, conforme Resolução n° 019/2019 art. 1°, publicada em 11 de dezembro de 2019. Na parcial deste mês, o dólar se valorizou 5,9% frente ao Real, a R$ 5,49 na segunda-feira (11/01). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,12 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,13 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos foram impulsionados pela projeção de menor produção para 2020/2021 nos Estados Unidos e pelo aumento do valor do petróleo.

O vencimento Março/2021 está cotado a 80,43 centavos de dólar por libra-peso, alta de 3% na parcial de janeiro, e Maio/2021 está cotado a 81,17 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 3,1%. O contrato Julho/2021 registra alta de 3,4%, indo para 81,86 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2021, avanço de 2,5%, a 78,45 centavos de dólar por libra-peso, os maiores patamares desde suas respectivas aberturas. As exportações brasileiras de algodão em pluma continuam aquecidas. Depois de atingir recorde de volume em dezembro/2020, de 370,5 mil toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de janeiro já foram embarcadas 157 mil toneladas. Essa quantidade representa mais da metade de todo o volume exportado em janeiro do ano passado, de 308,8 mil toneladas. A média diária dos embarques neste mês está em 31,4 mil toneladas, expressivamente maior que as 14 mil toneladas de um ano atrás.

O faturamento com as vendas externas atingiu US$ 566 milhões em dezembro/2020 e está em US$ 242,6 milhões neste começo de janeiro. Quanto ao preço médio da exportação, está em 70,08 centavos de dólar por libra-peso em janeiro/2021, 1,1% maior que a média de 69,30 centavos de dólar por libra-peso do mês anterior. Em relação a novos contratos para exportação, as negociações envolvem algodão das três temporadas (2019/2020, 2020/2021 e 2021/2022). Além disso, agentes aproveitam os altos patamares da Bolsa de Nova York para realizar fixação de preços de contratos que ainda estavam em aberto. Nos Estados Unidos, desde junho/2020, as exportações acumuladas em 12 meses superam cinco milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em 2020, o país exportou 5,65 milhões de toneladas, um recorde, superando em 81% as vendas de 2019. Este resultado foi puxado pelos embarques dos quatro primeiros meses do ano, que representaram mais de 50% dos embarques de 2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.