11/Nov/2020
Depois de subirem com força ao longo de outubro, os preços internos do algodão em pluma estão recuando nestas primeiras semanas de novembro. No mês passado, vale lembrar, as cotações foram sustentadas pela demanda aquecida e pela maior paridade de exportação. Em novembro, contudo, a forte desvalorização do dólar frente ao Real pressionou a paridade de exportação e, consequentemente, as cotações no Brasil. Ressalta-se que, nos primeiros dias deste mês, os valores internos chegaram a superar em quase 10% a paridade. Além disso, os compradores, atentos a este cenário e devido às intensas altas em outubro, se afastaram do mercado nos últimos dias, reforçando o atual movimento de queda. Os vendedores estão mais interessados em negociar.
O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 3,6% nos últimos sete dias, para R$ 3,90 por libra-peso. No mesmo período, o dólar se desvalorizou 5,8%, a R$ 5,41 no dia 9 de novembro. A queda da moeda norte-americana esteve atrelada ao maior otimismo quanto às economias brasileira e mundial, às eleições nos Estados Unidos e à evolução de pesquisas para a vacina contra a Covid-19. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), no Porto de Santos (SP) é de R$ 3,62 por libra-peso e, no Porto de Paranaguá (PR), de R$ 3,63 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. No campo, dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indicam que, até o dia 5 de novembro, o beneficiamento da safra 2019/2020 somava 79% da produção, aumento de 4% em uma semana.
Em Mato Grosso, o beneficiamento chegou a 74% e, na Bahia, a 90%. Dados divulgados nesta terça-feira (10/11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a área da safra 2020/2021 de algodão deve somar 1,57 milhão de hectares, 2,8% abaixo do reportado em outubro e 5,8% inferior à da temporada 2019/2020 (1,67 milhão de hectares). Quanto à produtividade, houve ajuste positivo de 1,73% para a safra 2019/2020 (1.802 quilos por hectare) e manutenção da estimativa para a temporada 2020/2021, em 1.744 quilos por hectare. A produção da temporada 2019/2020 se manteve em 3 milhões de toneladas, e a previsão para a safra 2020/2021 caiu 2,79% em relação ao relatório do mês anterior, a 2,7 milhões de toneladas.
Para a safra 2020/2021, esperam-se recuos de 1,4% na área de Mato Grosso e de 5,9% na da Bahia, para respectivos 1,15 milhão de hectares e 251 mil hectares. O percentual de queda na produção se repete nos dois estados e vai para 2 milhões de toneladas em Mato Grosso e para 455,3 mil toneladas na Bahia. A produtividade se manteve em 1.750 quilos por hectare (MT) e em 1.814 quilos por hectare (BA). Os contratos da Bolsa de Nova York encontram sustentação no aumento do preço do petróleo, no enfraquecimento do dólar e nas perspectivas favoráveis para a economia mundial. O vencimento de Dezembro/2020 está cotado a 70,00 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,57% nos últimos sete dias e o Março/2021, em 71,68 centavos de dólar por libra-peso (+2,72%). O contrato Maio/2021 está cotado a 72,55 centavos de dólar por libra-peso (+2,79%) e o Julho/2021, em 73,26 centavos de dólar por libra-peso (+2,81%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.