ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Out/2020

Tendência de alta do algodão com vendedor firme

A comercialização de algodão em pluma está mais aquecida nesta primeira quinzena de outubro, especialmente a voltada para exportação. Os fechamentos têm envolvido pequenos volumes e ocorrem para atender a necessidades imediatas para repor estoques e/ou cumprir contratos. Quanto aos preços, muitos vendedores, atentos às cotações internacionais, estão firmes nos valores indicados e, com isso, os compradores com maior necessidade precisam ceder para fechar negócio. Ressalta-se que uma parte das indústrias ainda trabalha com a matéria-prima estocada e/ou de programações. Nesse cenário,o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 3,43% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,35 por libra-peso, esse é o maior valor nominal desde o dia 27 de agosto, quando chegou a R$ 3,36 por libra-peso. No acumulado deste mês, a alta é de 4,05%. Quanto ao beneficiamento, dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indicam que, até o dia 8 de outubro, havia atingido 68% da produção da temporada 2019/2020, elevação de 8% frente aos dados da semana anterior.

Em Mato Grosso, especificamente, o beneficiamento totaliza 63% da safra, e na Bahia, 77%. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgados no dia 8 de outubro, mostram que, para a safra 2019/2020, foram semeados 1,67 milhão de hectares, praticamente estável frente ao relatório anterior (-0,01%). Quanto à primeira estimativa de área a ser semeada para 2020/2021, houve queda de 3% em relação à safra anterior, indo para 1,61 milhão de hectares. O plantio desta safra deve se iniciar entre novembro e dezembro/2020. Ressalta-se que Mato Grosso e Bahia continuam representando 88% de toda a área semeada de algodão no Brasil. A produtividade aumentou 0,64% de setembro para outubro (1.771 quilos por hectare) para a temporada 2019/2020. Já para a 2020/2021, a produtividade esperada é de 1.744 quilos por hectare, 1,5% menor que a anterior. Em produção, o Brasil avançou 2,38% em outubro, com 3 milhões de toneladas para a safra atual, mas para a próxima safra deve cair 6,2% (a 2,82 milhões de toneladas).

Em Mato Grosso, a temporada 2019/2020 se manteve em área semeada e em produtividade, com respectivos 1,17 milhão de hectares e 1.756 quilos por hectare. A produção prevista cresceu 2,5% (2,1 milhões de toneladas). Para 2020/2021, a área semeada deve se manter em 1,17 milhão de hectares. A produtividade média e a produção devem cair ambos 0,3%, indo para respectivos 1.750 quilos por hectare e 2,04 milhões de toneladas. A área semana na Bahia ficou estável para a safra 2019/2020, em 333,7 mil hectares, mas deve cair 15% na 2020/2021, indo para 266 mil hectares. A produtividade para a temporada 2019/2020 aumentou 3,26%, a 1.902 quilos por hectare, mas estima-se queda de 4,6% para a 2020/21, com 1.814 quilos por hectare. A produção estimada também teve melhora de 3,27% para a safra atual (596,7 mil toneladas) e queda de 19% para a 2020/2021 (483,6 mil toneladas). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá, é de R$ 3,51 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Quanto aos contratos na Bolsa de Nova York, os primeiros vencimentos registram alta nos últimos sete dias, impulsionados pelo atraso da colheita norte-americana, pela elevação do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar no mercado internacional. Além disso, agentes estiveram atentos ao furacão Delta. O vencimento Dezembro/2020 registra alta de 3,54% nos últimos sete dias, a 68,37 centavos de dólar por libra-peso; Março/2021, 3,38%, para 69,18 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2021, 3,48%, a 69,93 centavos de dólar por libra-peso e Julho/2021, 3,5%, cotado a 70.46 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Outubro/2020 se encerrou no dia 8 de outubro, a 66,19 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 2,64% entre 30 de setembro e 8 de outubro. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de outubro, estima que a produção mundial na temporada 2020/2021 recue 4,6% frente à anterior, para 25,31 milhões de toneladas.

O consumo mundial, por sua vez, está projetado em 24,87 milhões de toneladas, alta de 11,9% em relação à safra 2019/2020. A comercialização mundial poderá ficar em 9,2 milhões de toneladas na temporada 2020/2021, indicando aumentos de 5,3% nas importações e de 3,3% nas exportações frente à safra passada. O volume importado pela China teve reajuste positivo de 5,6% frente aos dados de setembro/2020, com alta de 33,1% se comparado à da temporada 2019/2020, chegando a 2,07 milhões de toneladas. Para o Brasil, em especial, as vendas devem ficar em 2,11 milhões de toneladas, reajuste positivo de 5,4% frente ao relatório anterior e aumento de 8,5% quando comparados aos da safra passada. Nesse cenário, o estoque global 2020/2021 está projetado em 22,02 milhões de toneladas, 1,9% superior ao da safra passada, mas queda de 2,6% frente ao relatório de setembro, o maior volume desde e a safra 2014/2015, quando ficou em 23,2 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.