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17/Ago/2020

Demanda global de algodão seguirá enfraquecida

Depois do dia 7 de agosto, quando houve uma queda de quase 250 pontos no mercado na Bolsa de Nova York, os últimos sete dias estão sendo marcados por pouca volatilidade, apesar do relatório baixista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 12 de agosto. O contrato Dezembro/2020 está cotado a 62,99 centavos de dólar por libra-peso, queda de 2,9% nos últimos sete dias. O relatório semanal de acompanhamento de safra do USDA, divulgado no dia 10 de agosto indicou, mais uma vez, um declínio de lavouras classificadas como boas/excelentes, em 3%, para 42%. O total de lavouras ruins/péssimas é de 23%, contra somente 10% da última safra e 16% da semana anterior. Nesta segunda-feira (17/08) será divulgado um novo relatório. Outra importante sustentação do mercado de algodão nos últimos sete dias vem do mercado de milho. Preocupações climáticas, aliadas a compras chinesas, fizeram o mercado de avançar 5% no período, puxando outras commodities agrícolas.

O relatório mensal de oferta e demanda do USDA aumentou a projeção de produção 2020/2021 em 279 mil toneladas, para 25,6 milhões de toneladas, em relação às estimativas do mês passado. Além disso, o consumo global foi reduzido em 270 mil toneladas, para 24,6 milhões. Este consumo é 2 milhões de toneladas menor que a média dos dois últimos anos pré-pandemia (2017/2018 e 2018/2019). Ainda em relação às projeções do USDA, foram elevadas as estimativas para os estoques finais mundiais 2020/2021 em 465 mil tons, para 22,8 milhões de toneladas. A relação estoque/uso para 2020/2021, que estava estimada pelo órgão em 89,9%, em seu relatório de julho, subiu para 93%, no relatório deste mês. Os números de safra dos Estados Unidos do relatório de oferta e demanda do USDA deste mês foram baseados nas condições de 1º de agosto. Portanto, não refletem a crescente deterioração das lavouras norte-americanas, como mostram os relatórios semanais. Há indicativos de que a produtividade recorde estimada (70 arrobas de pluma por hectare) no relatório deva cair, e o abandono (24%) pode aumentar ainda mais.

Passados sete meses da assinatura da “Fase 1” do acordo comercial Estados Unidos-China, negociadores dos dois países se reuniram no dia 15 de agosto, por videoconferência, para revisar os termos. A relação entre os dois países é cada vez mais tensa. Na China, os leilões de algodão das reservas estatais mantêm uma taxa de sucesso de 100%, com um vendas acumuladas de 270 mil toneladas. Dados divulgados na sexta-feira (14/08) mostram que o setor industrial chinês segue se recuperando dos efeitos do coronavírus. Dados de julho mostram que, enquanto o varejo ainda não se recuperou, com crescimento negativo de 1,1% em relação ao ano anterior, o setor industrial foi o destaque, com expansão de 4,8% na produção. A Índia, maior produtor mundial de algodão vendeu na semana passada, através do órgão estatal CCI, mais 37,5 mil toneladas de algodão. Nas últimas seis semanas, a CCI vendeu 575 mil toneladas de algodão. O algodão indiano é o mais barato do mundo. A Índia continua reclamando que o USDA está superestimando seus dados de estoques e produção.

No Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) informou dados sobre a colheita da safra 2019/2020 de algodão no Brasil. Até o dia 13 de agosto, a colheita atingiu: Mato Grosso: 74%; Bahia: 57%; Goiás: 74%; Minas Gerais: 64%; Mato Grosso do Sul: 98%; Maranhão: 65%; Piauí: 70%; São Paulo: 95%; Tocantins: 57% e Paraná: 99%. Na Média Brasil, 71% já foram colhidos. Também foi informado sobre o progresso do beneficiamento da safra 2019/2020 de algodão no Brasil, até o dia 13 de agosto: Mato Grosso: 22%; Bahia: 17%; Goiás: 22%; Minas Gerais: 20%; Mato Grosso do Sul: 30%; Maranhão: 20%; Piauí: 21%; São Paulo: 91%; Tocantins: 17% e Paraná: 99%. Média Brasil: 21% beneficiado. Quanto às exportações brasileiras, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de algodão em pluma totalizaram 24,4 mil toneladas, na primeira semana de agosto. Este é um número positivo e mostra uma tendência de que os embarques devem mais que dobrar o recorde do mês de agosto, de 45,3 mil toneladas em 2019. Fonte: Abrapa. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.