07/Ago/2020
A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) apontou que o Brasil deve exportar 2,05 milhões de toneladas de algodão na temporada 2020/2021, que começou em julho e vai até junho do ano que vem, após ter exportado 1,913 milhão de toneladas na temporada 2019/2020. Na última temporada, o País atingiu dois marcos na exportação de algodão. De outubro a dezembro de 2019, o País embarcou mais de 250 mil toneladas por mês. Depois, no primeiro semestre de 2020, conseguiu exportar em um único mês (janeiro) 309 mil toneladas.
Com uma safra maior e exportando mais, o Brasil consegue estar presente ao longo de 12 meses no mercado. Uma das grandes demandas das indústrias de países importadores era de que o Brasil fosse um fornecedor constante ao longo do ano, não só no segundo semestre, logo após a entrada da safra. O mercado internacional "viu com muito bons olhos" o fato de o Brasil ter exportado volumes acima de 300 mil toneladas em um único mês. Não fosse o efeito da pandemia, que atrasou embarques e postergou compromissos de exportação, o País teria embarcado ao redor de 2,1 milhões de toneladas já na temporada que se encerrou em junho.
Aproximadamente 200 mil toneladas do ciclo anterior ficaram para ser embarcadas nos próximos meses, junto com a safra nova. Com a guerra comercial, o Brasil ocupou um espaço importante na China, representando mais de 30% do que o país asiático importou de algodão em 2019. Nos últimos dois anos, em função da guerra comercial, o algodão norte-americano passou a ser tributado para entrar na China, e a participação do algodão brasileiro cresceu. Neste ano, contudo, com a “Fase 1” do acordo comercial, a China está importando mais dos Estados Unidos.
O que o Brasil levou 12 meses para embarcar para a China (600 mil toneladas) os Estados Unidos venderam em praticamente cinco semanas. Contudo, fora da China, o Brasil tem condição de aumentar a participação nos principais mercados. No Vietnã e em Bangladesh, segundo e terceiro maiores importadores, o Brasil tem participação entre 15% e 20%. Como esses países importam 1,5 milhão de toneladas, se o Brasil aumentar em 10% a participação, são mais 150 mil toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.