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29/Jul/2020

Tendência de preço firme com baixa oferta no spot

Apesar de a colheita da nova safra avançar e da menor presença de compradores no mercado, os preços internos do algodão em pluma seguem firmes. A sustentação continua vindo da baixa oferta no spot, especialmente de pluma de qualidade superior. Os vendedores seguem focados nos carregamentos dos contratos a termo aos mercados interno e externo, ressalta-se que a remuneração está maior para exportação, na colheita e no beneficiamento. Os produtores apontam que já têm boa parte da safra 2019/2020 comprometida, o que tem limitado ainda mais a disponibilidade no spot. Do lado da demanda, os poucos compradores ativos estão à procura de pluma de melhor qualidade. No geral, as indústrias trabalham com a matéria-prima contratada e/ou estocada. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,09%, cotado a R$ 2,78 por libra-peso.

Na parcial do mês, o Indicador registra avanço de 2,88%, com média de R$ 2,74 por libra-peso, 1,26% superior à de junho/2020, mas 3,02% abaixo da de julho/2019, em termos nominais. No campo, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a média da colheita no Brasil para a temporada 2019/2020 chegou a 30% até o dia 23 de julho, avanço de 12% frente à semana anterior. Em Mato Grosso, a colheita atingiu 26% da produção esperada, e na Bahia, 29%. Em Goiás, a colheita já atingiu 51%, em Minas Gerais, 47%, em Mato Grosso do Sul, 72%, no Maranhão, 35%, no Piauí, 58%, em São Paulo, 95%, em Tocantins, 29%, e no Paraná, 99%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 3,01 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

A diminuição da vantagem da remuneração das exportações sobre o mercado interno limita os negócios por parte de tradings. Na Bolsa de Nova York, o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China, o enfraquecimento da demanda externa pela pluma norte-americana e a melhora na qualidade da lavoura pressionam os contratos nos últimos dias. O vencimento Outubro/2020 registra desvalorização de 3,65% nos últimos sete dias, cotado a 60,69 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2020 apresenta recuo de 2,74%, indo para 61,16 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2021 acumula desvalorização de 2,77%, indo para 61,85 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2021, queda de 2,52%, a 62,61 centavos de dólar por libra-peso.

Dados do Departamento de Alfândegas da China indicam que a importação de algodão pelo país totalizou 90 mil toneladas em junho/2020, queda de 42,7% frente ao mesmo período de 2019, mas cresceu 28,6% em relação a maio/2020. De janeiro a junho deste ano, a China importou 900 mil toneladas. Vale considerar que, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 11,3 mil toneladas à China em junho/2020, ou seja, representando 12,55% do total reportado como importado pelo Departamento chinês. No mercado de fios, na parcial de julho, há maior ritmo de negociações envolvendo fios de algodão, inclusive algumas fiações relataram que já estão com boa parte da produção de agosto comprometida. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.