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17/Jul/2020

Mercado de algodão foca em cumprir os contratos

Com boa parte do que restou da safra passada e dos novos lotes da safra 2019/2020 sendo destinada ao cumprimento de contratos, a negociação de algodão no disponível é pontual. Em alguns casos, indústrias que ficaram longos períodos sem comprar por causa da pandemia do novo coronavírus voltam ao mercado para repor estoques. O indicador Cepea/Esalq acumula alta de 0,76% na parcial de julho. Têm saído negócios principalmente de algodão de qualidade inferior. Todo o algodão de qualidade padrão está sendo encaminhado para exportação. A preferência é por cumprir contratos fechados anteriormente, mas os negócios novos que vêm ocorrendo saem por volta de 500 a 600 pontos abaixo do Esalq, direcionados para indústria. Ainda assim, o ritmo segue lento, com negócios esporádicos. Os compradores estão retraídos.

A grande maioria das indústrias ainda não voltou às suas atividades normais. Carregamentos que atrasaram nos últimos meses estão sendo normalizados lentamente. No Espírito Santo, a negociação está em maior ritmo. Algumas indústrias retomaram operações com boas vendas em junho e precisaram receber contratos ou fazer novas compras de matéria-prima. Houve um represamento da produção no período em que fábricas paralisaram atividades, e a demanda por vestuário, ainda que bastante reduzida, continuou em supermercados e comércio eletrônico. Ainda assim, nem todas as fábricas retomaram operações. algumas voltam só em agosto. Além disso, a expectativa de pressão de venda com sobra da safra 2018/2019 e entrada da nova safra não se confirmou. Os vendedores monitoram o ritmo de efetivação de contratos para exportação na expectativa de que o preço para negociação interna possa subir, considerando os atuais níveis de futuros e câmbio.

Algodão fino, com bom HVI, é negociado entre R$ 2,70 e R$ 2,75 por libra-peso na Região Sudeste e a R$ 2,82 por libra-peso na região na Região Nordeste. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, os embarques ao exterior da fibra na segunda semana de julho totalizaram 21.460 toneladas, o que eleva as exportações no acumulado de 2020 para 863.379 toneladas. Em Mato Grosso do Sul, a colheita está avançando, mas há pouco algodão já beneficiado. Quem tem algodão negociado a preço fixo provavelmente conseguiu níveis superiores aos do mercado atual. A tendência é produtor tentar entregar tudo o que pode. Segundo estimativa do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), é esperada queda na produção de algodão (-13,6%) em 2019/2020 ante a safra anterior. Em Mato Grosso, maior produtor, a colheita atingiu 5,16% da área, um avanço de 2,93% na comparação semanal. A proporção de área já colhida é menor do que em igual período de 2019 (7,15%) e a média de cinco anos (10,19%).

O nordeste do Estado e sudeste são as regiões mais adiantadas, com 20,10% e 6,51% da colheita concluída, respectivamente. Para a negociação da safra 2020/2021, não há registro de negócios ou referências de compra e venda recentemente. A perspectiva é de redução de área de plantio. Segundo o Outlook Fiesp 2029, as exportações de algodão do Brasil devem atingir 3,3 milhões de toneladas em 2028/2029, o que representa um crescimento de 100% em relação à safra de 2018/2019. De acordo com o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Brasil tornou-se o segundo maior exportador de pluma em 2019, tendo a China como principal destino. Além do gigante asiático, Vietnã, Indonésia, Bangladesh e Turquia também vêm ganhando protagonismo na pauta de exportação brasileira, o que mostra que o reconhecimento da qualidade da fibra nacional tem permitido ao País galgar espaços cada vez maiores no comércio global, tendência que deve ser mantida nos próximos anos.

Com o consumo doméstico também em crescimento, as projeções são de um aumento de 20% no consumo interno no mesmo período, a área plantada, a produção e a produtividade também deverão crescer até 2028/2029. As projeções são de crescimento de 31%, 54% e 17%, respectivamente. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a sua previsão para a produção doméstica de algodão de 4,25 milhões de toneladas para 3,81 milhões de toneladas. Do lado da demanda, foi reduzida a previsão de exportações de 3,48 milhões de toneladas para 3,27 milhões de toneladas. A expectativa para os estoques domésticos de algodão ao fim da temporada 2020/2021 diminuiu 1,74 milhão de toneladas para 1,48 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.