17/Jul/2020
A eficácia da China no combate ao novo coronavírus permitiu que o país, principal produtor de têxteis, tivesse rápida recuperação da atividade industrial, elevando o otimismo em relação às suas importações de algodão. Entretanto, outros importantes players do setor, como Vietnã e Turquia, só voltaram a registrar crescimento da atividade manufatureira no último mês, o que indica que a retomada das compras da pluma ainda pode demorar. É destaque, ainda, a situação da Índia, que teve forte redução no consumo interno de algodão em virtude do recuo na atividade fabril.
Além da demanda doméstica menor, a moeda indiana se desvalorizou ante o dólar. Os produtores podem direcionar o seu produto para o mercado externo, o que pode acirrar a competição com embarques brasileiros e norte-americanos de algodão. Nos Estados Unidos, a redução de área plantada em relação ao previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em março foi maior do que a expectativa do mercado. Parte dessa revisão se deve a fatores climáticos, como a intensificação da seca no Texas e os alagamentos no Tennessee, assim como a perda de competitividade da fibra natural frente a outras culturas, como o amendoim na Geórgia e o milho no Meio-Sul.
Para o Brasil, as condições climáticas em Mato Grosso e na Bahia, maiores produtores da fibra, foram favoráveis nos últimos meses e que a chegada da safra 2019/2020 poderá pressionar as cotações internas no começo do terceiro trimestre. Para 2020/2021, a combinação de baixos preços e valorização do dólar (65% dos custos de produção da pluma são dolarizados) pode reduzir a atratividade do algodão, fazendo com que a fibra perca área para o milho 2ª safra em Mato Grosso e para a soja na Bahia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.