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10/Jul/2020

Produtor de algodão focado em cumprir contratos

As negociações no mercado disponível de algodão ocorrem pontualmente na Região Nordeste, com a chegada de alguns lotes da nova safra da Bahia ao mercado. Ainda assim, boa parte da produção ainda está sendo direcionada para cumprir contratos fechados antecipadamente. Para entrega em indústrias da Região Nordeste, há registro de negócios entre R$ 2,65 e R$ 2,80 por libra-peso, de acordo com a qualidade da fibra. Na Bahia, o mercado é pontual. Os produtores começaram a entregar algodão para cumprir contratos que foram fechados em preços em geral mais altos do que os praticados hoje no mercado interno. Assim que os produtores cumprirem os contratos já fechados, o volume ofertado no disponível pode crescer, já que há incerteza sobre a demanda após longos fechamentos de comércio e fábricas por causa da pandemia do novo coronavírus. O mercado doméstico de algodão está mais movimentado neste início de julho.

O volume negociado, no entanto, é limitado pela disputa acirrada entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores. Algumas indústrias buscam pluma para repor seus estoques, e comerciantes precisam cumprir programações e/ou realizar negócios "casados". Há indústrias tentando prolongar o recebimento do algodão da safra 2018/2019, para não precisar fazer o desligamento das máquinas neste momento de transição entre as temporadas. Dificuldades em obter crédito mantêm algumas unidades pedindo maiores prazos de pagamentos e outras, sem operação. Para a safra 2020/2021, há registro de negócios "even" (sem prêmio ou desconto) ante o contrato dezembro de 2021 FOB no Porto de Santos (SP). Apesar da reação na Bolsa de Nova York, o movimento de venda futura na Bahia é limitado. O cenário ainda é de migração de parte da área para soja. A área de algodão não está 100% decidida.

Segundo o Itaú BBA, os preços futuros de algodão se recuperaram recentemente na Bolsa de Nova York, com a alta do petróleo, o aumento das exportações dos Estados Unidos, o clima seco em áreas produtoras norte-americanas e a redução efetuada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na projeção de área plantada em relação ao previsto em março. No Brasil, os preços da pluma se mantêm estáveis, refletindo a lentidão das compras de fiações no mercado doméstico, as exportações mais fracas nos últimos meses e a expectativa de uma boa safra no País. Apesar da revisão para baixo da área plantada dos Estados Unidos, a expectativa é de mais um ano de superávit global, mesmo levando em consideração a estimativa de crescimento de consumo do USDA de 9% no próximo ano safra, após a queda prevista de 13% na safra corrente. Isso limita o espaço para altas das cotações.

Além das incertezas atreladas à sustentação do crescimento da economia global no próximo ano, o aumento do consumo da pluma também tende a seguir sendo desafiado pelas perspectivas de preços do petróleo oscilando ao dos atuais US$ 42,00 por barril ao longo de 2021, o que sugere que as cotações das fibras sintéticas, substitutas ao algodão, tendem a não subir de preços tão cedo. Para o Brasil, as cotações no spot devem seguir influenciadas pelo ritmo da volta das compras das fiações no mercado doméstico e do fluxo das exportações já contratadas da safra 2019/2020. Caso sejam observadas dificuldades de desembarque de cargas no destino, provavelmente haverá pressões adicionais aos preços locais. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a sua previsão de produção de algodão de 2,886 milhões para 2,891 milhões de toneladas, 4% superior à safra passada. As condições climáticas vêm favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras. A colheita já foi iniciada, terminando em setembro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.