29/Jun/2020

A negociação no mercado de algodão está em menor ritmo com a possibilidade de novas medidas de quarentena ou bloqueio para conter a disseminação do novo coronavírus. Em alguns Estados, shoppings voltaram a fechar após um período de reabertura e existe o receio de medidas similares em mais locais do País. O mercado tinha dado uma reanimada, mas algumas negociações travaram devido à possibilidade de lockdown. Indústrias que estavam buscando lotes de algodão adotaram uma postura mais cautelosa e aguardam mais informações antes de retomar compras. Há receio em adquirir volumes e as compras são pontuais.

Fábricas que haviam retomado operações não pararam, mas existe o temor de novos fechamentos de comércio. Contudo, a negociação da fibra ainda está mais aquecida do que em abril, considerado o pior mês da pandemia para a indústria. Os preços do algodão recuam com a pressão da colheita no Brasil. Como a safra de Mato Grosso está próxima, os produtores que ainda têm estoques estão cedendo nos preços. Há maior flexibilidade dos vendedores devido à entrada da nova safra e à necessidade de limpar armazém. A tendência no curto prazo é baixista. Há negociações no disponível ocorrendo 300 a 400 pontos abaixo do Esalq, na faixa de R$ 2,65 por libra-peso. A comercialização no spot é fraca.

Com as vendas no varejo ainda abaixo do esperado, muitas indústrias seguiram adquirindo apenas poucos lotes de pluma, sendo que alguns agentes ainda relataram dificuldades em encontrar algodão com a qualidade desejada. Há lotes sendo rejeitados pela qualidade. Do lado vendedor, há certa dúvida entre negociar o produto da safra 2018/2019 ainda em estoque ou prorrogar as negociações, na expectativa de recuperação dos preços, apesar da entrada do produto da nova temporada. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o volume exportado de algodão na terceira semana de junho foi de 16.043 toneladas. Com isso, as exportações neste mês somam 33.601 toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.