19/Jun/2020
O mercado de algodão está mais movimentado nesta semana, mas a retomada da negociação acontece lentamente. As indústrias estão recebendo contratos fechados previamente, mas também adquirindo novos lotes. Voltaram ainda a sair negócios para exportação no spot. Fábricas de São Paulo, que estiveram paradas, estão voltando no mês de junho. Ainda que muitas trabalhem com capacidade entre 25% e 75%, estão recebendo mercadorias e fazendo compras ao redor de Esalq. A Região do Nordeste está mais ativa. De toda forma, mais de 90% do setor têxtil sofreu algum efeito da pandemia. O mercado interno está retomando o ritmo aos poucos. Há registro de negócios para exportação entre 57,00 e 58,00 centavos de dólar por libra-peso FOB no Porto de Santos (SP).
Desde a primeira quinzena de abril, as cotações domésticas estão abaixo da paridade de exportação, fato incomum para um longo período. Isso significa que as exportações são muito mais rentáveis do que as vendas internas, mas os dois mercados operam com relativa baixa liquidez. O ritmo fraco de vendas no varejo limita as negociações envolvendo a pluma no mercado doméstico. Os compradores seguem adquirindo apenas o produto para renovar estoques, mas ainda buscam ampliar os prazos de pagamentos. Para a safra 2019/2020, que começa a ser colhida, algumas fábricas indicam entre R$ 2,70 e R$ 2,73 por libra-peso por algodão 41.4, para entrega no segundo semestre. Na Bolsa de Nova York, o contrato julho obtém suporte de um aperto relativo na oferta de algodão de melhor qualidade. Existe procura por algodão de qualidade, mas não tem tanta oferta disponível no mercado externo.
Para os contratos mais longos, quando os preços chegam a entre 60,00 e 62,00 centavos de dólar por libra-peso, há um movimento de venda de produtores na Bolsa para hedge da safra 2020/2021. O algodão tem acompanhado a influência dos outros mercados de acordo com as percepções mais ou menos otimistas sobre o fim da pandemia de Covid-19. Há muita incerteza e compradores e vendedores parecem estar esperando antes de tomar uma posição mais convicta. Quanto à safra dos Estados Unidos, o mercado monitora o clima no Texas. Nos últimos dias, o déficit hídrico em relação à média tem aumentado. Caso continue dessa forma, a produção pode ser menor do que o esperado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.