19/Jun/2020
Segundo o Rabobank, mesmo com a reabertura gradual das indústrias têxteis e do comércio ao redor do mundo, os impactos econômicos decorrentes da pandemia do novo coronavírus devem resultar em redução de até 11% no consumo global de algodão, para 23,4 milhões de toneladas de pluma. O banco destacou ainda a concorrência das fibras sintéticas. Apesar da recente recuperação das cotações do barril de petróleo (matéria-prima para produção de poliéster, por exemplo), ainda se observam valores atuais significativamente abaixo do intervalo entre US$ 60,00 e US$ 70,00 por barril verificados ao longo de 2019.
Quanto ao Brasil, a expectativa é de uma safra 2019/2020 recorde, de 2,85 milhões de toneladas de pluma, e que a colheita começa a ganhar força nos principais Estados, Mato Grosso e Bahia, em junho e julho. Será preciso monitorar o ritmo de exportações desta safra recorde. Praticamente toda a pluma exportada pelo Brasil é escoada pelo Porto de Santos (SP), sendo assim, eventual disruptura portuária seja no recebimento das cargas ou da própria atividade portuária traria impactos negativos em volumes ou atrasos de operações do algodão exportado.
Mesmo com a desvalorização do Real, o ritmo de comercialização de algodão da safra 2019/2020 teve poucos avanços, sinalizando menor liquidez no mercado físico em função das incertezas sobre a demanda. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o percentual negociado de algodão em Mato Grosso passou de 74,3% para 78,4% de fevereiro a junho, um aumento de apenas 4% no período. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.