15/Jun/2020
O mercado de algodão voltou a ter movimentação no Brasil. Com a retomada do comércio em parte do País e a reabertura, mesmo que parcial, de indústrias, mais negócios da fibra começaram a ser reportados. A comercialização do algodão vinha em ritmo lento durante boa parte do período de isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 2,71 por libra-peso. No mercado disponível a procura por parte de fábricas aumentou. As indústrias voltaram com 50% da capacidade, mas já existe um certo ânimo, uma certa retomada das compras para o mercado interno. As empresas de menor porte, que não tinham estoque, estão comprando mais do que as grandes neste momento. Tanto a reabertura do varejo físico como a aceleração do comércio eletrônico têm ajudado na recuperação. Existe movimentação no mercado de algodão, mas limitada. Algumas fábricas importantes de São Paulo voltaram, mas parcialmente, em 40% a 50% da capacidade. A maioria dessas fábricas está consumindo menos do que consumia antes da crise, porque tem estoque. Mas a impressão que se tem é que o comércio começa a se movimentar.
Os agentes estão se preparando para a retomada do varejo em mais municípios, mas é preciso observar nos próximos 15 a 20 dias como ficará o consumo de têxteis. Se o varejo andar, se tiver movimento nas lojas, a cadeia toda vai andar para se preparar para atender. Os negócios recentes no disponível têm sido fechados na base Esalq, em torno de R$ 2,70 por libra-peso para o algodão 41.4, ou com deságio em caso de algodão com algum tipo de característica. Também começam a aparecer lotes da safra 2019/2020, que está sendo colhida no País, para cumprimento de contratos e comercialização, principalmente de São Paulo e Mato Grosso do Sul. As entregas de algodão, que em muitos casos foram adiadas tanto dentro do Brasil como fora devido à crise causada pala pandemia, começam a ser retomadas. Até o fim de junho ou primeira quinzena de julho a situação pode se normalizar. Os embarques foram retomados com mais força no caso da exportação, enquanto algumas fábricas do País ainda têm recebimento limitado.
O mês de maio foi o pior mês para o setor. Em fevereiro e março fábricas trabalharam, mesmo sem vender, para refazer estoque, agora têm dois meses de fio dentro de casa. Precisam esperar que comece a ter demanda para voltar a produzir. Também voltaram a ocorrer negócios da safra 2020/2021, na faixa de 300 a 400 pontos acima do vencimento dezembro de 2021 FOB no Porto de Santos para algodão 31.4. Começam a surgir sinais de retomada do consumo também lá fora, e o algodão está mais barato após as quedas dos últimos meses dos futuros. A redução de área no Brasil deve ser em torno de 10% para 2021, mas o País é o segundo maior exportador de algodão do mundo. Tem um market share consolidado e vai continuar vendendo. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os futuros de algodão estão em alta, com o fortalecimento do petróleo. O vencimento dezembro da pluma já está acima dos 60 cents por libra-peso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.