22/Mai/2020
A negociação do algodão segue travada no País. As indústrias continuam consumindo a fibra que têm em estoque enquanto não reduzem os volumes armazenados de produto acabado. O mercado de têxteis depende principalmente da reabertura do atacado e varejo em São Paulo. As fábricas estão fechadas, com exceção de algumas que atuam no segmento hospitalar. Ainda assim, a produção nessa área equivale a 10% do que as indústrias faziam há dois meses. Praticamente não tem comprador. O mercado está completamente fora da paridade de exportação.
No mercado interno, o algodão perdeu a referência da exportação por causa das dificuldades de fábricas com a pandemia. Sem a vazão de produtos para malharias e confecções, a maioria das fiações e tecelagens segue fora do mercado. Muitas fábricas usaram matéria-prima que já possuíam e fizeram estoque de produto acabado até um ponto que foram obrigadas a parar de produzir. Agora, elas vão voltar e ficar um bom tempo sem precisar de algodão. A negociação deve continuar pontual nas próximas semanas.
Essa situação só pode ser alterada se reabrir o comércio de São Paulo, que representa grande parte do mercado de têxteis. No Paraná e em santa Catarina os shoppings reabriram, mas estão vendendo 30% do que faziam antes da pandemia. Com a expectativa de reabertura, ainda que parcial, do comércio de São Paulo a partir de junho, a negociação de algodão em maior volume pode acontecer entre agosto e setembro. Algumas fábricas já sinalizam que só receberão entregas no fim de junho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.