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20/Mai/2020

Tendência de preço sustentado no mercado interno

Atentos à maior remuneração do mercado externo, os vendedores estão mais firmes nos valores indicados pela pluma no spot nacional, contexto que tem sustentado os preços nos últimos dias. No entanto, o interesse comprador continua baixo e indústrias ativas ofertam preços inferiores para novas aquisições, limitando as efetivações no mercado doméstico. Parte dos comerciantes até volta a relatar a liberação de embarques de alguns volumes fechados anteriormente, mas agentes indicam que o ritmo de vendas de fios e os produtos acabados segue bastante lento, o que mantém os estoques elevados e limita novas compras de matéria-prima. Em meio à disputa sobre preços, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,41% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,63 por libra-peso. Na parcial de maio, o Indicador ainda acumula queda, de 0,92%.

A média mensal está em R$ 2,62 por libra-peso, 5,42% menor que a de abril/2020 e 13,95% abaixo da de maio/2019, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de abril/2020). Na parcial de maio, a média do Indicador está 19,8% inferior à paridade de exportação, diferença mensal recorde, considerando-se a série histórica, iniciada em julho de 2001. No dia 13 de maio, especificamente, a diferença atingiu 23,2%. Ainda que o dólar tenha se enfraquecido 2,07% frente ao Real nos últimos sete dias, os produtores demonstram interesse por negociações com tradings. Além disso, eles buscam empresas químicas para negociar insumos agrícolas. Com a pandemia global, houve redução no consumo, na produção e nas vendas em muitos países e, com isso, parte dos compradores internacionais tem adiado o embarque de contratos a termo com agentes brasileiros. Apesar disso, ainda se verifica novos fechamentos envolvendo as safras 2018/2019, 2019/2020 e 2020/2021.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá, é de R$ 3,36 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos são influenciados pela valorização do petróleo, pelo bom desempenho das vendas norte-americanas e por realização de lucros. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2020 registra valorização de 2,07%, cotado a 57,80 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o Outubro/2020 apresenta leve recuo de 0,02%, a 57,61 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2020 acumula avanço de 0,52%, a 57,93 centavos de dólar por libra-peso e Março/2021, alta de 0,63%, cotado a 59,42 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados no dia 12 de maio indicam que a produção mundial 2020/2021 será de 25,9 milhões de toneladas, 3% menor que o volume da safra anterior, a pressão veio dos quatro principais produtores mundiais, sendo que o Brasil, especificamente, deve reduzir em 9,1%.

O consumo global 2020/2021, por sua vez, poderá crescer 10,9%, indo para 25,36 milhões de toneladas, puxado, principalmente, pela China (+11,8%), Índia (+14,7%) e Paquistão (+16,6%). Esse crescimento pode acontecer à medida que as incertezas quanto à pandemia diminuam. O estoque mundial foi estimado em 21,65 milhões de toneladas, 2,3% acima do da safra 2019/2020, o maior volume em seis temporadas, ainda que o estoque chinês caia 5,9% e o brasileiro, 1,3%. A comercialização poderá subir para 9,3 milhões de toneladas (+8,9% nas importações e +7,2% nas exportações), sendo que Estados Unidos, Brasil e Índia devem deter a maior parte das oportunidades de exportação expandidas. Quanto ao preço médio da temporada nos Estados Unidos para 2020/2021 está previsto em 57,00 centavos de dólar por libra-peso, abaixo do preço da safra 2019/2020 (de 59,00 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.