18/Mai/2020
Segundo o Itaú BBA, a perspectiva de recuperação da demanda global por algodão em 2020/2021 ainda desperta dúvidas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou aumento de 11% na demanda mundial ante o ciclo anterior, o que, combinado com expectativa de queda da produção, causaria uma redução da relação estoque/uso, abrindo espaço para aumento de preços da fibra. Uma das dúvidas é se a recuperação do consumo ocorrerá na velocidade esperada, pois, caso ela seja mais lenta, os preços futuros poderão voltar a perder força. Após a recessão de 2009, que levou a uma queda de 11% no consumo do algodão, a recuperação da economia global de 5,4% impulsionou a alta de 8,3% da demanda da pluma.
À época, além do aumento de renda no mundo, os preços do petróleo (brent) saíram da casa dos US$ 46,00 por barril no final de 2008 para US$ 77,00 por barril no fim de 2009. A alta do petróleo eleva o preço da fibra sintética, concorrente do algodão na produção de fios e tecidos. A perspectiva para 2021 é de volta do crescimento do PIB global (+5,9%), assumindo que a pandemia será controlada ao longo do segundo semestre e que os impactos causados na economia pela Covid-19 serão minimizados pela adoção de políticas fiscais expansionistas no mundo. No entanto, as incertezas sobre essas variáveis ainda são presentes e, portanto, não se pode descartar a hipótese de que esse crescimento seja revisado para baixo posteriormente.
Quanto ao petróleo, os preços para 2021 atualmente negociados em bolsa indicam patamares ao redor de US$ 36,00 por barril, o que sugere que as fibras sintéticas tendem a seguir competitivas no próximo ano. As cotações para dezembro de 2021 do algodão saíram das mínimas de 54,00 centavos de dólar por libra-peso no início de abril para 58,00 centavos de dólar por libra-peso. Embora os preços internacionais ainda sejam inferiores aos observados no início do ano, é importante ficar atento às oportunidades de mercado frente ao risco de uma nova redução das cotações da commodity. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.