07/Mai/2020

Segundo o Itaú BBA, embora notícias de aceleração de compras chinesas de algodão norte-americano sejam positivas para os preços internacionais da fibra, o cenário frágil da demanda indica que os estoques apenas mudaram de lugar. Após atingirem os menores patamares desde o 1º trimestre de 2009, os futuros do algodão voltaram a subir em abril (+13% no primeiro contrato). A força para esse suspiro para os preços na Bolsa de Nova York veio da volta chinesa às compras da pluma norte-americana tirando proveito dos baixos preços históricos da pluma para formar estoques. No Brasil, o mercado foi na direção contrária, com o Indicador Cepea/Esalq fechando abril com queda de 6,3% ante março, cotado a R$ 2,67 por libra-peso. Isso reflete a letargia do mercado local diante do baixo interesse de compras tanto das fiações locais quanto das tradings para exportação.

A demanda mundial por algodão continuará prejudicada pela redução da atividade industrial (parada de fábricas) diante dos lockdowns em muitos países e por enfraquecimento da economia global e baixos preços do petróleo, que aumentam a competitividade da fibra sintética. O potencial de alta das cotações da fibra é limitado, mas algum alívio pode vir de revisões para baixo do volume a ser produzido no mundo na próxima safra. Para que o balanço volte a ficar em equilíbrio, a queda da produção em relação à safra 2019/2020 teria que ser da ordem de 10% se assumirmos que em 2021 os níveis de demanda permanecerão próximos aos de 2020. O produtor brasileiro deve ficar atento às oportunidades de proteção contra quedas adicionais da cotação do produto para patamares que possam comprometer a rentabilidade da atividade. A volatilidade cambial tende a trazer boas janelas de fixação do preço da fibra em Reais para fazer frente às despesas em moeda local. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.