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05/Mai/2020

Margem cai e área de algodão deverá sofrer recuo

O Brasil se tornou o segundo maior exportador de algodão, favorecido pela guerra comercial entre China e EUA. O período em que a China aplicou impostos ao algodão norte-americano abriu uma janela para o Brasil exportar. Mesmo com a fase 1 do acordo comercial, a China deve continuar demandando a fibra brasileira. A China vai continuar importando algodão do Brasil, mas o país competirá com EUA. A qualidade do algodão brasileiro é tão boa quanto a do algodão norte-americano. 75% da safra brasileira 2019/2020 já foi negociada, mas o algodão que o produtor ainda tem por vender provavelmente precisará ser armazenado. O produtor terá problema de fluxo de caixa com essa situação de demanda enforcada. 90% dos embarques internos nos últimos dois meses pararam.

Na exportação ainda seguiu alguma coisa, mas muito abaixo dos meses anteriores. Entretanto, o setor não espera cancelamentos de contratos de compra da fibra. As tradings deverão honrar seus contratos. O preço futuro na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) na faixa de 59 centavos de dólar por libra-peso equivale, na Bahia, a 56 centavos de dólar por libra-peso a 57 centavos de dólar por libra-peso para retirada na fazenda. As margens apertaram muito. O valor atual, porém, ainda permite se manter na atividade. Grande parte da safra 2019/2020 já está comercializada em patamares de preços maiores do que os atuais. Para a próxima safra, embora o Ebitda da soja já ultrapasse o do algodão, a rentabilidade por hectare plantado em valores absolutos ainda é maior na fibra do que na oleaginosa.

O investimento em equipamentos específicos para o algodão que produtores precisam fazer limita migrações de área para soja e milho. Ainda assim, na Bahia haverá uma redução de 15% a 20% na área plantada em 2020/2021. Como o preço do algodão já chegou a bater em 50 centavos de dólar por libra-peso em Nova York e se recuperou, passado o momento de maior insegurança com novo coronavírus será possível vislumbrar uma reação das cotações para acima de 60 centavos de dólar por libra-peso no segundo semestre, que é um patamar que permitiria margens melhores aos produtores em 2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.