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29/Abr/2020

Área e exportação de algodão devem cair no País

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) manifestou preocupação com a possibilidade de queda na área plantada com a fibra no Brasil em virtude de um cenário de oferta superior à demanda em virtude da pandemia do coronavírus. Os produtores fizeram muitos investimentos nas fazendas. O algodão é uma cultura de alto custo, por isso a ociosidade é preocupante. Contudo, há interesse pelo algodão brasileiro após o esforço dos últimos anos para ganhar mercados. O produto brasileiro tem condições para conquistar mais espaço e preferência, graças ao trabalho que já desenvolvido, estruturando o setor e agregando valor à fibra. A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) ressaltou a participação de 20% do Brasil no mercado global, mas acredita que há ainda muito espaço para avançar. Na China, onde o share do algodão brasileiro era em torno de 10%, passou para mais de 30%.

Em Bangladesh, o produto brasileiro tem crescido bastante, mas ainda é origem de apenas 10% da importação do país. Ainda assim, a Anea revisou a previsão de exportação do País de 2,05 milhões para 1,95 milhão de toneladas de algodão no ciclo que compreende o período entre junho do ano passado e julho deste ano. O novo volume, entretanto, ainda representa um recorde. A recessão na economia global, em consequência de quarentenas, lockdowns, desemprego e queda na renda, vai afetar severamente o mercado de algodão. Antes da Covid-19, a perspectiva para as exportações globais era de cerca de 9,4 milhões de toneladas. Mas, esse volume deve cair para aproximadamente 7,7 milhões de toneladas. Quase não houve demanda por algodão para os meses de maio, junho e julho. Com os contratos que já foram estabelecidos, a procura por novos carregamentos será muito pequena. Do total estimado, 5,7 milhões de toneladas já foram embarcados.

A demanda global deve diminuir de 26 milhões de toneladas em 2018/2019 para 23,3 milhões de toneladas em 2019/2020. A diferença equivale a quase uma safra norte-americana. A “Fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China pode deixar a concorrência ainda mais acirrada no mercado internacional. Neste momento, contudo, os norte-americanos estão sofrendo mais, porque a pandemia ocorreu no período de pico de exportação de algodão: entre abril e agosto. Um ponto de suporte aos preços da fibra, todavia, pode vir da possibilidade de retomada da política de formação de estoques da China. Segundo o Insper, o algodão brasileiro terá grandes desafios. Mais que nunca, o plano que foi traçado antes da Covid-19 será estratégico. A Abrapa vai ser a primeira entidade brasileira com presença física na Ásia, atuando em pelo menos sete países. O Brasil tem diferenciais: a qualidade é extremamente elevada, mas a percepção não é ainda tão boa, porque o País nunca estive presente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.