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03/Abr/2020

Embarques de algodão ocorrem com normalidade

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), os embarques de algodão ao exterior nos portos brasileiros têm transcorrido sem dificuldades apesar das medidas de contenção ao coronavírus. Como os embarques estão reduzidos a pouco mais de 100 mil toneladas, a situação está normalizada. O setor tem se mobilizado para que os impactos sejam os menores possíveis. O algodão que foi exportado nas últimas semanas e que está programado para ser embarcado nos próximos meses já estava armazenado em terminais nos portos ou em armazéns próximos. Bastante algodão já havia sido retirado do interior do Brasil justamente para diluir o fluxo de logística. Isso também ajudou a limitar o efeito da menor disponibilidade de frete de longa distância em virtude da falta de pontos de apoio aos caminhoneiros.

Todos os setores estão se mobilizando para tentar atender da melhor maneira possível as empresas de transporte e os caminhoneiros, para tentar prestar melhor serviço não só no trajeto, mas na origem e no destino. No caso do algodão, é preciso acompanhar qual será o impacto do coronavírus na demanda externa pela fibra e quanto tempo indústrias têxteis pelo mundo vão permanecer fechadas. Cada mercado está sendo avaliado de maneira distinta, com bastante cautela e responsabilidade. No auge da pandemia na China, alguns portos do país tiveram operação mais lenta e os embarques precisaram ser desviados para outros terminais, mas agora a situação melhorou na China e o Brasil está mandando menos algodão para lá. Os embarques para a China costumam ser mais intensos de novembro a fevereiro devido às cotas de importação do país. Mas, a China sozinha não consome algodão se não tiver consumidor do produto final. Europa e Estados Unidos são mercados muito importantes para o consumo de têxteis. Não basta só retomar a capacidade industrial, mas também a necessidade de consumo.

Esse impacto deve ser acompanhado daqui para frente. A maior parte da meta de exportação para a temporada, de 2 milhões de toneladas, já deixou o País. De julho de 2019 a março de 2020, os embarques somam 1,7 milhão de toneladas. O Brasil conseguiu embarcar muito de outubro a janeiro. Entretanto, dependendo de como ocorrerão os embarques de negócios já fechados e a demanda nos próximos meses, o volume exportado pode ficar um pouco abaixo da marca de 2 milhões, mas ainda deve ser expressivo. O desafio é tentar mensurar qual o impacto do coronavírus na demanda, além do que vai acontecer com o que já foi comercializado. Há uma demanda por alongamento de prazos em alguns mercados no exterior, o que pode fazer com que parte do que estava previsto para sair em abril, maio e junho possa ser exportada no segundo semestre. Mas, não são todos os países que pedem prazos maiores por causa das restrições de indústria e comércio relacionadas às precauções contra o coronavírus. Depende da situação e do que está sendo feito em cada país. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.