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27/Mar/2020

Têxteis paralisadas limitam negócios com algodão

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor têxtil e de confecções brasileiro está dando férias coletivas, licenças ou banco de horas aos funcionários. O motivo é a pandemia do coronavírus, que fechou o comércio em várias cidades do País e reduziu o fluxo de mercadorias não essenciais. As indústrias estão adotando os mecanismos legais disponíveis para ultrapassar essa primeira etapa da quarentena. Com isso, a negociação de algodão para pronta entrega está travada nas principais regiões do Brasil. Entretanto, parte das unidades fabris do setor segue operando para produzir máscaras, roupas e equipamentos hospitalares para atender à demanda de médicos e enfermeiros.

As empresas estão majoritariamente paradas, exceto essas que estão produzindo para atender às encomendas necessárias neste momento, principalmente equipamentos médico-hospitalares. No caso das outras, voltadas à moda, boa parte delas está em férias, licença ou banco de horas, todos os mecanismos legais, porque o varejo está fechado. É preciso levar em conta que o consumidor neste momento está concentrando as compras em itens essenciais, como alimentos e medicamentos, para atravessar a pandemia. O setor tem defendido junto ao governo ações para ajudar as fábricas a arcarem com os salários dos funcionários mesmo sem produzir. Das medidas que o governo está colocando, a maior parte está em linha com o que o setor tem defendido, mas o timing de execução muitas vezes não é imediato. Esse é um gargalo importante. O foco do setor é pagar os salários.

A entidade defendeu a concessão ou renovação de linhas de capital de giro, com custos compatíveis com aqueles que vinham sendo praticados ou até menores, no seu momento de crise. O setor aguarda por uma medida que mitigue o problema do pagamento dos salários se as atividades econômicas não voltarem em breve ou voltarem muito seletivamente. É preciso evitar um desemprego maciço e uma falta de renda. A compra de algodão está de fato em ritmo lento por causa da paralisação da cadeia. No geral, na medida em que param as vendas de produtos têxteis, tem que suspender a compra de matéria-prima. Agora, o setor busca fazer o ajuste de pagamentos, porque há pedidos de prazo de pagamento dilatado. Se o varejo não comprou, a confecção não consegue faturar, aí pede prorrogação para a indústria têxtil, a indústria têxtil tem que lidar com fornecedores. O “efeito cascata” é grande.

A perspectiva do começo do ano, de crescimento do setor, não deve se confirmar. Hoje, não é possível ter a dimensão de como vai ser a retomada. No início do ano, havia expectativa de crescer 2% a 3,5%. Os meses de janeiro e fevereiro foram de bom desempenho, mas em março a situação se deteriorou. No mercado doméstico, a negociação está paralisada. Em São Paulo, se as indústrias não conseguem vender fio, não querem adquirir algodão. As que já compraram estão tentando prorrogar o prazo de entrega. Os compradores não farão negócios se não recebem o algodão. Além disso, com os futuros na Bolsa de Nova York entre 50,00 e 60,00 centavos de dólar por libra-peso, a comercialização futura das safras 2020 e 2021 também perdeu força. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.