25/Mar/2020
O mercado de fios de algodão, que estava apresentando bom ritmo de venda nos últimos meses, registra baixa liquidez em março, principalmente nesta segunda quinzena. Com o fechamento de boa parte das lojas, as vendas no varejo ficaram ainda mais fracas. Assim, indústrias apontam que foram várias as solicitações de prorrogação, de suspensão e/ou de cancelamento dos pedidos por parte de seus clientes, contexto que pode resultar em aumento nos estoques. Algumas fiações já estudam a possibilidade de férias coletivas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção no segmento de “preparação e fiação de fibras têxteis” caiu 2,5% entre janeiro/2019 e janeiro/2020 (dados mais recentes disponíveis), enquanto entre janeiro/2018 e janeiro/2019 a queda havia sido de 4,6%. O segmento de “tecelagem, exceto malha” aumentou 1,1% entre janeiro/2019 e janeiro/2020, contra a queda de 4,9% registrada no período anterior; “fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário” registrou baixa de 0,6% (contra -0,4%) e “confecção de artigos do vestuário e acessórios” aumentou 0,5% (-3,3% entre janeiro/2018 e janeiro/2019).
O segmento de “fabricação de tecidos de malha” caiu 0,6% entre janeiro/2019 e janeiro/2020 (contra baixa de 3,4% registrado anteriormente) e o de “fabricação de artigos de malharia e tricotagem” recuou 0,6%. No período anterior, a baixa havia sido de expressivos 13,3%. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações somaram US$ 380,8 milhões em fevereiro, recuos de 7,4% frente a janeiro/2020 e de 12,9% com relação a fevereiro/2019. O faturamento com as exportações também foi reduzido em 34,9% no mês, a US$ 352,1 milhões, mas ainda está 68,3% maior que o de fevereiro/2019.
De forma desagregada, apenas o segmento de fibras têxteis apresentou superávit em fevereiro, de US$ 258,48 milhões, recuo de 44,9% se comparado ao mês anterior, mas apresentou expressivo aumento de 94,9% frente a fevereiro/2019. O segmento de confecções, por sua vez, registrou déficit de US$ 134,96 milhões, 30,2% menor frente à igual período do ano passado; seguido pelo de tecidos, com US$ 72,32 milhões, redução de 14,8% no déficit e, para o de outras manufaturas, o saldo negativo foi de US$ 35,49 milhões, reação de 4,8%. O segmento de filamentos ficou deficitário em US$ 31,98 milhões, aumento de 8,1% frente ao de fevereiro/19, e o de fios, de US$ 12,92 milhões (-19,2%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.