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24/Mar/2020

EUA: pandemia impede recuperação das cotações

Os produtores de algodão nos Estados Unidos estavam tentando se recuperar de um ano difícil, em que a guerra comercial entre Estados e China derrubou os preços da fibra. Agora, as cotações estão sendo pressionadas novamente, desta vez pela pandemia de coronavírus. Os futuros de algodão na Bolsa de Nova York estão próximos do menor nível desde 2010, e fecharam nesta segunda-feira (23/03) em queda de 2,85 pontos, a 52,15 centavos de dólar por libra-peso. Desde o início do ano, acumulam perda de aproximadamente 25%. Os produtores esperavam que os preços tivessem uma recuperação sustentada após a trégua na disputa comercial entre Estados Unidos e China. O país asiático era um grande importador de algodão norte-americano, mas a guerra comercial reduziu essa demanda e levou os preços ao menor nível em quatro anos em meados de 2019. No começo deste ano, fortes exportações para países como Paquistão e Vietnã, assim como a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre os dois países, deram esperança a agricultores de que os preços poderiam subir em breve.

Essa esperança está desaparecendo com a propagação do coronavírus em todo o mundo. O fechamento de fábricas, combinado com o medo e a cautela de consumidores e varejistas, deve desacelerar a economia global. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) já esperava uma queda de 9% na área plantada com algodão no país em 2020, para 5,06 milhões de hectares, principalmente por causa da disputa comercial. A menor área deve reduzir em 130,63 mil toneladas a produção da fibra. Porém, a queda da demanda pode ser ainda maior que a da oferta. A pandemia de coronavírus está forçando companhias como a Inditex (controladora da Zara) e a H&M Hennes & Mauritz a fechar lojas em todo o mundo. Há muita incerteza no momento. Além disso, a área plantada com algodão este ano nos Estados Unidos pode ser ainda menor do que a previsão do USDA, devido à expectativa de que a demanda continue caindo. Porém, o timing não poderia ser pior.

Como o plantio de algodão começa agora e vai até abril, os agricultores não têm muito tempo para optar por outra cultura. Não há muito tempo para os produtores se prepararem e mudarem os planos. Os problemas para os produtores de algodão são imensos. Além de os equipamentos que eles usam para plantar e colher serem diferentes dos usados para milho ou soja, a perspectiva econômica para grãos também não é muito favorável por causa do coronavírus. Há risco em todas as potenciais culturas. Na Bolsa de Chicago, a soja acumula perda de mais de 8% em 2020, enquanto o milho cai cerca de 13%. Os produtores de algodão têm esperança de que os preços parem de cair em breve, e alguns traders acreditam que isso vá acontecer. O produto atinge novas mínimas a cada dia, mas o volume também está menor a cada dia, o que é um sinal de que se está próximo de um piso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.