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13/Mar/2020

Preços do algodão em alta dificultam os negócios

Os negócios de algodão avançam no disponível de acordo com a necessidade de indústrias. Fábricas e tradings têm divergido sobre preços no mercado interno. Com as altas do dólar, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias atingiu o maior valor nominal desde abril de 2019. No dia 11 de março, o Indicador atingiu R$ 2,94 por libra-peso. No mês, o ganho é de 0,58%. Tradings ofertavam algodão no mercado interno por 600 pontos acima do vencimento maio da Bolsa de Nova York para retirada na Bahia ou em Mato Grosso, mas as fábricas querem pagar o valor do contrato (even) ou, em caso de necessidades mais urgentes, de 100 a 150 pontos acima. Quem tem o algodão neste momento são as tradings. Na Bahia, os produtores desovaram estoques no fim de janeiro entre R$ 2,80 e R$ 2,90 por libra-peso para tradings, mas agora já não rodam negócios desse tipo.

A maioria das indústrias está abastecida. Até o momento, o mercado de fiação vinha com margem positiva para quem tinha fibra estocada, mas, com a valorização do dólar, quem precisou repor matéria-prima encontrou preços mais altos. A liquidez aumentou, com negócios envolvendo lotes heterogêneos e com ao menos uma característica e também pluma de qualidade superior. Parte dos compradores, no entanto, considera que os preços da pluma estão elevados, fator que impediu que um número ainda maior de negócios fosse realizado. Para a safra 2019/2020, que está no campo, não há referências de compra e venda recentemente. A região oeste da Bahia já recebeu de 1000 a 1050 mm de chuva acumulada na temporada e a previsão é de que até o fim do desenvolvimento esse volume chegue a 1250 a 1300 mm. A condição da lavoura é considerada muito boa.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou, no dia 10 de março, a previsão de produção do Brasil de 2,824 milhões de toneladas para 2,853 milhões de toneladas em 2019/2020. Para 2020/2021, a comercialização travou após os recuos recentes nos futuros na Bolsa de Nova York. Os produtores estão retraídos diante da incerteza sobre a economia. A projeção é de que metade dessa safra, que pode chegar a 2,9 milhões de toneladas, já esteja negociada, percentual puxado basicamente pela movimentação de Mato Grosso, com os negócios entre 68,00 e 72,00 centavos de dólar por libta-peso FOB no Porto de Santos (SP) efetuados no início do ano. Na Bahia, a situação é diferente. Aproximadamente 10% da safra já está vendida. Os produtores devem aguardar até julho para decidir entre soja e algodão e o tamanho das áreas plantadas.

Quanto aos preços internacionais, a perspectiva de enfraquecimento da demanda por algodão pode se intensificar caso os impactos do coronavírus sobre a economia global ganhem força e afetem de maneira mais forte a taxa de crescimento da economia de importantes países consumidores, contribuindo para baixar ainda mais os preços do petróleo. Algum alívio para as cotações pode vir das perspectivas de redução de área plantada no próximo ano-safra como resposta à perda da competitividade da commodity frente às outras culturas. Nos Estados Unidos, pode haver recuo de área. Diante dos riscos, é prudente que o produtor fique atento às oportunidades para se proteger de possíveis quedas para níveis que comprometam a rentabilidade nas safras futuras. É válido chamar a atenção que esses períodos de incertezas tendem a trazer boas janelas de fixação para a taxa de câmbio, o que ajuda a composição dos preços em Reais e contribui para fazer frente às obrigações em moeda nacional. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.