06/Mar/2020

A negociação de algodão avança pouco no País. A incerteza gerada pelas altas consecutivas do dólar está deixando as fábricas afastadas das negociações. A maior parte dos lotes ofertada é qualidade inferior, mas os vendedores não aceitam os deságios propostos. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias fechou fevereiro a R$ 2,92 por libra-peso, com avanço de 4,13% frente ao fechamento de janeiro. Em Mato Grosso do Sul, a movimentação é limitada no disponível. Há pouco algodão e a grande maioria é de baixa qualidade. As indústrias informam que têm algodão em estoque para continuar consumindo e não estão precisando de novas compras. Boa parte da lentidão do mercado no disponível e para negociação antecipada da safra 2019/2020 está relacionada à incerteza sobre o comportamento do dólar após as fortes altas causadas pelo temor global com o coronavírus.

Quando surge algum interesse de compra ou venda é pelo Esalq. O algodão de qualidade inferior deve encontrar demanda até a chegada da nova safra, mas por enquanto os produtores não aceitam o deságio apontado por compradores. Os preços do algodão em pluma seguiram em alta em fevereiro, mantendo o movimento que vem sendo verificado há seis meses. A sustentação veio da posição firme da maior parte de vendedores. Além disso, o dólar em patamar recorde nominal reduziu a disponibilidade doméstica, tendo em vista que favoreceu a exportação. Muitos compradores estavam à procura de pluma de maior qualidade, e demandantes com maior necessidade acabaram pagando valores maiores para adquirir novos lotes.

Os fechamentos acabaram sendo limitados pela disputa entre vendedores e compradores quanto ao preço e à qualidade. A pressão recente sobre os futuros também atrapalha a negociação antecipada. O algodão está a 65,00 centavos de dólar por libra-peso para dezembro na Bolsa de Nova York. Mas, já tem algodão vendido entre 75,00 e 80,00 centavos de dólar por libra-peso. As lavouras de algodão de 1ª safra em Mato Grosso do Sul se desenvolvem bem, mas houve atraso no plantio da 2ª safra por causa do excesso de chuva que atrasou a colheita de soja. Alguns produtores trocaram o algodão por milho, enquanto outros devem optar pelo sorgo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.