19/Fev/2020
As negociações envolvendo algodão em pluma estão lentas no mercado spot nacional. As recentes altas nos preços afastam os compradores, que trabalham com estoques e/ou com o produto recebido por meio de contratos. Os vendedores, por sua vez, estão firmes nos valores indicados, atentos ao elevado patamar do dólar alto e às altas nos preços da pluma na China. Esse cenário, inclusive, tem sustentado a paridade de exportação, mesmo com as quedas na Bolsa de Nova York. No geral, a expectativa é que a liquidez doméstica volte a aumentar apenas após o Carnaval. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve alta de 0,57% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,84 por libra-peso. Na parcial do mês, o aumento é de 1,35%. A média da parcial deste mês (R$ 2,83 por libra-peso) está 4,16% maior que a de janeiro, mas 3,5% abaixo da de fevereiro/2019.
Os contratos para exportação estão em alta nos últimos sete dias, principalmente com os preços pré-fixados para entregas em março, com média parcial de 69,55 centavos de dólar por libra-peso (FOB porto brasileiro) para o algodão da safra 2018/2019. A paridade de exportação, na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,89 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Com o avanço do coronavírus, a insegurança quanto ao cumprimento da primeira fase do acordo entre a China e os Estados Unidos aumentou, o que vem pressionando os valores dos contratos a termo na Bolsa de Nova York. Nos últimos sete dias, a queda está sendo minimizada pela valorização do petróleo. O vencimento Março/2020 registra recuo de 1,14% nos últimos sete dias, indo para 67,41 centavos de dólar por libra-peso, Maio/2020 está cotado a 68,41 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 0,48%, Julho/2020 registra baixa de 0,37% no período, a 69,28 centavos de dólar por libra-peso e Dezembro/2020 está cotado a 69,06 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 0,27%. Somente o contrato Outubro/2020 registra alta (0,9%), a 69,36 centavos de dólar por libra-peso.
De acordo com dados divulgados no dia 11 de fevereiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra mundial 2019/2020 deve somar 26,4 milhões de toneladas, aumento de 2,3% frente à temporada anterior. Índia e China são os países que acumulam os maiores volumes de produção. O Brasil está em quarto lugar no ranking, com 2,76 milhões de toneladas na safra 2019/2020, ficando 2,3% abaixo da safra anterior. Quanto ao consumo global, apontou recuo de 1%, indo para 25,91 milhões de toneladas. O estoque ficou estimado em 17,9 milhões de toneladas, alta de 2,7% na temporada. Com relação às importações, o aumento deve ser de 3,2% na safra 2019/2020, totalizando 9,48 milhões de toneladas e as exportações são estimadas em 9,48 milhões de toneladas, avanço de 5,3% no período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.