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14/Fev/2020

Preços do algodão firmes e negociações travadas

A negociação no disponível avança pouco, de acordo com a necessidade de indústrias e tradings, mas ainda há discordância entre as pontas compradora e vendedora sobre preço, tanto para algodão de qualidade superior como de qualidade inferior. As fábricas buscam algodão para cobrir necessidades de março em diante, principalmente aquelas que precisam de fibra de maior qualidade. As indústrias indicam Esalq mais ágio de acordo com a qualidade. Muitos produtores, entretanto, desejam valores mais altos. Os produtores que têm lotes de qualidade não querem vender por menos de R$ 2,95 por libra-peso e acreditam que até chegar março, o Esalq pode continuar subindo. Tradings indicam algodão internamente para abril, maio e junho na faixa de 73,00 centavos de dólar por libra-peso ou R$ 3,15 por libra-peso.

Em São Paulo, para lotes de qualidade inferior, as propostas vinham abaixo do Esalq. Surgiu indicação de comprador para exportação por 50 pontos abaixo do vencimento março FOB no Porto de Santos (SP) por algodão 31.4 e 41.4, mas com micronaire alto e fibra curta, valor que não desperta interesse de venda. A grande maioria do algodão está em poder de tradings. Existem alguns produtores que ainda estão beneficiando, e esse algodão que demorou a ser beneficiado pode ser um algodão de baixa qualidade e com preço baixo, dependendo do HVI. A discordância entre preço e qualidade entre vendedores e compradores restringe a liquidez. Poucos lotes de qualidade superior têm sido disponibilizados no mercado interno, dificultando ainda mais novos fechamentos para pronta entrega.

Quanto à safra 2019/2020, muitos produtores e tradings já têm bom volume negociado e estão fora do mercado. Ainda assim, há indicação de compra entre 63 e 64 centavos de dólar por libra-peso, para retirada em Mato Grosso a partir de agosto. Os produtores, por outro lado, desejam 70 centavos de dólar por libra-peso. Para 2020/2021, há indicações de compra entre 100 e 200 pontos acima dos contratos julho e dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP), enquanto as ofertas estavam em 350 pontos acima. Para retirada em Mato Grosso e Bahia, os compradores indicam 400 pontos abaixo da Bolsa de Nova York, ou entre 61 e 62 centavos de dólar por libra-peso. Os vendedores buscam 63,00 centavos de dólar por libra-peso.

Muitas incertezas influenciam os negócios com algodão. De um lado, o câmbio, que tem levado participantes a preferir negociações em moeda norte-americana como proteção. De outro, o coronavírus, que pode atrapalhar o fluxo do produto até a China. Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a sua previsão de safra de algodão em pluma do Brasil, de 2,75 milhões para 2,82 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 1,6% ante o ciclo anterior, quando o País obteve 2,78 milhões de toneladas. Em seu relatório de oferta e demanda de fevereiro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a previsão de produção do país em 4,38 milhões de toneladas, enquanto a expectativa de exportação ficou inalterada em 3,59 milhões de toneladas. O governo norte-americano deixou estável a projeção de estoque final em 1,18 milhão de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.