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12/Fev/2020

Tendência é de preços firmes do algodão no Brasil

Os vendedores estão mais ativos neste início de fevereiro, mas seguem firmes nos valores indicados, o que sustenta os preços do algodão no mercado nacional. No geral, a disparidade entre o preço e a qualidade entre vendedores e compradores continua limitando a liquidez. Poucos lotes de qualidade superior têm sido disponibilizados no mercado interno, dificultando ainda mais novos fechamentos para pronta entrega. Neste contexto, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,99% nos últimos sete dias, a R$ 2,83 por libra-peso. Tradings, por sua vez, atentas às altas internacionais, estão afastadas e/ou indicam preços ainda maiores para novas negociações. No entanto, as atenções estão voltadas aos embarques ao mercado externo, que atingiram novo volume recorde em janeiro. Ao mesmo tempo, parte dos compradores demonstra maior interesse por novas aquisições para os próximos meses, ainda envolvendo a safra 2018/2019, sendo destinadas tanto para indústrias da Região Nordeste como das Regiões Sul e Sudeste.

No campo, de modo geral, as lavouras da temporada 2019/2020 estão em boas condições. Os produtores seguem atentos ao desenvolvimento e avançam para a reta final da semeadura em Mato Grosso. De acordo com relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado no dia 7 de fevereiro, o semeio da safra 2019/2020 avançou 14,95% e atingiu 98,24% da área esperada, contra 98,51% ao mesmo período de 2019, enquanto a média dos últimos cinco anos ficou em 95,47%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), no Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,89 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. O otimismo quanto ao cumprimento da primeira fase do acordo entre a China e os Estados Unidos está elevando os preços na Bolsa de Nova York. No entanto, quedas pontuais no valor do petróleo limitam os avanços.

Nos últimos sete dias, o contrato Março/2020 registra alta de 2,02%, indo para 68,19 centavos de dólar por libra-peso, Maio/2020 está cotado a 68,74 centavos de dólar por libra-peso (+2,08%), Julho/2020, a 69,54 centavos de dólar por libra-peso (+1,93%), Outubro/2020, a 68,74 centavos de dólar por libra-peso (+1,03%) e o Dezembro/2020, a 69,25 centavos de dólar por libra-peso (+2,27%). Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 308,8 mil toneladas em janeiro, um recorde. O volume superou em 11% o de dezembro/2019 (278,2 mil toneladas), em expressivos 165% o de janeiro/2019 e ficou 7,2% acima do recorde anterior, de 288,15 mil toneladas verificado em outubro/2019. Ressalta-se que apenas em janeiro/2000 e em janeiro/2020 que os embarques crescerem frente ao mês anterior. Em apenas seis meses (de agosto/2019 a janeiro/2020), já foram exportadas 1,34 milhão de toneladas, 2,19% acima do total embarcado na safra anterior (agosto/2018 a julho/2019), de 1,3 milhão de toneladas.

Em janeiro, o faturamento também foi recorde, de US$ 484,8 milhões. O valor médio da pluma exportada ficou em 71,21 centavos de dólar por libra-peso (FOB porto brasileiro), recuo de 1,7% no mês e de 9,7% em um ano. Esse preço médio da pluma exportada seria equivalente a R$ 2,95 por libra-peso, 10,3% maior que o Indicador, de R$ 2,67 por libra-peso, a menor vantagem seis meses. Em janeiro, foram importadas apenas 14,2 toneladas em janeiro, quedas de 80,2% frente a dezembro/2019 e de 81,5% em relação a janeiro/2019, com exceção de abril/2009, quando não foram registradas importações, esse foi o menor volume, junto com novembro/2019, importado pelo Brasil desde 1996. O preço médio para exportação (FOB porto de origem) ficou estável, em 164,58 centavos de dólar por libra-peso, quando comparado com o mês anterior, mas 4,6% acima em relação a janeiro/2019.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11/02) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área semeada no Brasil na temporada 2019/2020 aumentou 2,5% frente ao relatório anterior e 5,3% frente à safra passada, a 1,7 milhão de hectares. Sendo assim, a produção foi reajustada na mesma proporção, totalizando 2,82 milhões de toneladas. A produtividade média da safra 2018/2019 foi elevada de 1.685 quilos por hectare para 1.717 quilos por hectare em janeiro, mas diminuiu em 3,8% a da temporada 2019/2020, para 1.646 quilos por hectare. A área e a produção na safra 2019/2020 de Mato Grosso devem crescer 3,8% frente à estimativa de janeiro, ficando, respectivamente, em 1,16 milhão de hectares e 1,9 milhão de toneladas. Quanto à safra 2018/2019, a produção reagiu 2,9% frente a última estimativa, em 1,87 milhão de toneladas. Para a Bahia, não houve alterações pelo terceiro mês consecutivo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.