05/Fev/2020
Os preços do algodão em pluma subiram pelo quinto mês consecutivo em janeiro. No período, os agentes seguiram em queda de braço quanto aos preços e à qualidade do produto. Os lotes oferecidos no mercado doméstico, no geral, além de heterogêneos, seguem apresentando ao menos uma característica – seja de cor, micronaire, resistência ou fibra – dificultando a aprovação de HVI por parte das indústrias e, consequentemente, limitando a liquidez. De modo geral, os vendedores estiveram mais ativos do que compradores, enquanto comerciantes estiveram mais ativos na compra para atender às programações de entregas junto às indústrias. Algumas indústrias relataram dificuldades em repassar os maiores valores da pluma para seus produtos, o que também restringiu o avanço das compras. As vendas ao consumidor final seguem lentas. Parte dos vendedores segue priorizando os embarques e realizando novos contratos a termo, mantendo-se afastada da comercialização no spot.
O ritmo de negócios também foi limitado pelas elevações no valor do dólar frente ao Real, pelas baixas nos contratos futuros da ICE Futures, pela primeira fase do acordo entre Estados Unidos e China e pelos possíveis reflexos do coronavírus sobre a demanda futura. Nos últimos 30 dias, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 4,5%, para R$ 2,81 por libra-peso. Esse é o quinto mês consecutivo de alta. Em janeiro, o Indicador registrou média de R$ 2,72 por libra-peso, elevação de 1,8% frente à de dezembro/2019. Porém, na comparação com janeiro/2019, a queda é de 14,7%, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de dezembro/2019). Nos últimos sete dias, o Indicador aumentou 0,3%, para R$ 2,80 por libra-peso. Diante das incertezas econômicas, o dólar registrou aumento de 6,6% no acumulado do mês.
Com isso, a paridade de exportação FAS (Free Alongside Ship) subiu 8,9%, para R$ 2,94 por libra-peso no porto de Paranaguá (PR), favorecendo o interesse das tradings pela exportação envolvendo a safra atual e também as duas próximas temporadas, além de ofertarem valores superiores também no mercado doméstico. Quanto às negociações para embarque ao mercado externo no curto prazo, tiveram média de 72,52 centavos de dólar por libra-peso, 3,3% acima do registrado em dezembro/2019. Para exportação envolvendo a temporada 2019/2020, a média das cotações para embarque no segundo semestre de 2020 foi de 72,06 centavos de dólar por libra-peso, alta de 4,9% frente à do mês anterior e a maior média desde abril/2019. Em relação à safra 2020/2021, a média dos últimos seis meses foi de 72,09 centavos de dólar por libra-peso em janeiro, elevação de 3,9% frente ao do mês anterior.
Em janeiro, os preços do caroço de algodão subiram com força, impulsionados pela posição firme de vendedores, que, por sua vez, estiveram atentos aos patamares elevados do milho e da soja. Além disso, ainda que os agentes esperassem grande volume ofertado, devido à colheita volumosa, cotonicultores alegam que boa parte da safra já está comprometida, dando ainda mais suporte às altas. Assim, indústrias e pecuaristas, especialmente, pagaram valores maiores para novas aquisições. O preço médio do caroço no mercado spot em janeiro/2020 em Barreiras (BA) foi de R$ 764,04 a tonelada, avanço de 13,3% em relação ao mês anterior e de expressivos 34,9% se comparado ao primeiro mês de 2019. Em Primavera do Leste (MT), o aumento foi de 15,3% no comparativo mensal e de 22,9% no anual (R$ 530,63 a tonelada). No mesmo período, em Lucas do Rio Verde (MT), as médias registraram elevações de 21,8% e de 29,2%, respectivamente, a R$ 480,18 a tonelada. Em Campo Novo do Parecis (MT), houve aumento de 25,7% e de significativos 48,6% frente à média de um ano atrás, a R$ 505,22 a tonelada em janeiro/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.