16/Jan/2020
As exportações de algodão do Brasil começaram o ano em ritmo acelerado. Nas duas primeiras semanas de janeiro, o Brasil embarcou 170,9 mil toneladas ao exterior, e o volume já supera as 116,7 mil toneladas de todo o mês de janeiro do ano passado. Os dados vieram fortes, acima das 100 mil toneladas nos primeiros 10 dias de janeiro, considerando 7 dias úteis. Isso mostra a retomada das atividades depois do período de festas de fim de ano e está em linha com o esperado pelo mercado. O Brasil conseguiu embarcar 1,61 milhão de toneladas em 2019, ultrapassando a projeção de vendas externas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a perspectiva é de embarques aquecidos também em 2020. Para o Brasil conseguir atingir o volume de 2,05 milhões de toneladas de exportação neste ano previsto pela Conab, precisa superar a sazonalidade clássica dos seus embarques.
No passado, eles ficavam concentrados no segundo semestre. Porém, quanto mais algodão o Brasil produz, mais vai se atenuando a curva sazonal das exportações. Além de grandes safras (em 2018/2019, foram 2,72 milhões de toneladas e a previsão da Conab é de 2,75 milhões de toneladas em 2019/2020), o Brasil tem se destacado como importante fornecedor para a China e suprido também países do Sudeste Asiático. Entretanto, é preciso analisar a “Fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China para entender o quanto a China deve se comprometer a originar nos Estados Unidos. Deve haver um impacto nos carregamentos brasileiros para o mercado chinês. A China pode priorizar importações dos Estados Unidos nos próximos meses, mas ainda está bastante incerto porque as cláusulas do acordo não foram abertas ao público.
Caso as exportações brasileiras para a China de fato diminuam, esses volumes podem ser redirecionados para outros mercados, como Coreia do Sul, Indonésia, Bangladesh e Vietnã. Quanto às negociações no mercado brasileiro, após o recesso entre o fim de 2019 e o começo deste ano, os agentes começaram a retomar as atividades e o ritmo de comercialização tem aumentado. Os negócios são voltados principalmente para comerciantes, que precisam atender a programações, mas a liquidez é limitada pela dificuldade em encontrar matéria-prima de qualidade superior. Com baixo volume de algodão de qualidade, os vendedores estão firmes nos valores pedidos por esses lotes. As indústrias que precisam repor estoques cedem aos preços e/ou, até mesmo, à qualidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.