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15/Jan/2020

Tendência é de preços firmes do algodão no Brasil

Após o recesso entre o final de 2019 e início deste ano, os agentes começam a retomar as atividades no mercado de algodão. Com isso, o ritmo de comercialização tem aumentado. No geral, os negócios realizados são voltados principalmente para comerciantes, que precisam atender a programações. A liquidez, no entanto, é limitada pela dificuldade de parte dos agentes em encontrar a matéria-prima de qualidade superior. Com baixo volume de algodão de qualidade, os vendedores estão firmes nos valores pedidos por esses lotes. As indústrias que precisam repor estoques cedem aos preços e/ou, até mesmo, à qualidade. Esse cenário e as altas internacionais têm dado suporte aos preços domésticos. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,19% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,67 por libra-peso. Na parcial de janeiro, o Indicador acumula baixa de 0,46%. As negociações para exportação apresentam maior liquidez, influenciadas pela recuperação dos contratos na Bolsa de Nova York e pela alta do dólar frente ao Real.

Os fechamentos envolvem lotes das safras 2018/2019, 2019/2020 e 2020/2021. Na maioria dos casos, os valores foram pré-fixados em dólar ou em Real. Os agentes também aproveitam as elevações externas para fixar preços de contratos já firmados anteriormente. Na parcial de janeiro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,76 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão sendo impulsionados pelo possível avanço nas negociações entre os Estados Unidos e a China, pela redução nas estimativas de produção e estoque norte-americanos, pelo recuo do dólar no mercado internacional e pelo fortalecimento do petróleo. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2020 registra valorização de 2,13%, cotado a 71,53 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2020 apresenta alta de 2,22%, a 72,67 centavos de dólar por libra-peso, o Julho/2020 tem alta de 2,49%, para 73,63 centavos de dólar por libra-peso e apenas o contrato Outubro/2020 registra queda (-0,36%), cotado a 71,53 centavos de dólar por libra-peso.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados no dia 10 de janeiro, apontam que o volume produzido mundialmente na safra 2019/2020 deve aumentar 2% frente à safra anterior, totalizando 26,2 milhões de toneladas, sustentadas especialmente pela Índia e pelos Estados Unidos. Para o Brasil, a produção foi estimada em 2,72 milhões de toneladas na safra 2019/2020 (-0,1% frente à anterior). O consumo global, por sua vez, deve permanecer estável, em 26,18 milhões de toneladas, enquanto o estoque final pode ficar em 17,3 milhões de toneladas (+0,1%). As importações devem aumentar 3,9% na temporada 2019/2020 (para 9,54 milhões de toneladas) e, as exportações, 6,1% (para 9,55 milhões de toneladas). Para a China, especificamente, o USDA reajustou negativamente as importações, em 5,6% frente ao estimado em dezembro/19, para 1,85 milhão de toneladas. Assim, a queda é de 11,8% se comparado a temporada 2018/2019.

De acordo com o 4º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado no dia 8 de janeiro, a área na safra 2019/2020 está projetada em 1,66 milhão de hectares, aumentos de 1% frente ao relatório de dezembro/2019 e de 2,7% na comparação com a temporada anterior. Assim, a produção foi reajustada na mesma proporção (1%), totalizando 2,76 milhões de hectares, 1,1% maior que em 2018/2019. A produtividade média ficou estável em janeiro/2020, em 1.658 quilos por hectare, 1,6% menor que a temporada anterior. Em Mato Grosso, a área semeada deve ficar em 1,12 milhão de hectares, aumentos de 1,5% frente à estimativa anterior e de 2,3% em relação à safra 2018/2019. Logo, a produção do Estado também teve reajuste positivo de 1,5% em relação à projeção anterior, a 1,84 milhão toneladas na temporada 2019/2020 (1,1% se comparada à safra 2018/2019), enquanto a produtividade média deve cair 1,1% frente à safra anterior (1.643 quilos por hectare). Para a Bahia, as estimativas se mantiveram estáveis pelo segundo mês consecutivo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.