06/Dez/2019
Após ter registrado a maior alta mensal desde maio de 2018 (+6%), o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está oscilando neste começo de dezembro. Os recuos do dólar nesta semana reduzem o interesse de compra para exportação. Por outro lado, as fábricas estão relativamente abastecidas para dezembro e avaliam compras para janeiro, mas não têm atraído interesse de venda. Tradings vinham fazendo coberturas aproveitando o câmbio firme e que chegaram a sair negócios na semana passada em torno de R$ 2,70 por libra-peso FOB no Porto de Santos (SP). Como o dólar começou a cair esta semana, não há mais indicação neste valor. Para o mercado interno, saem poucos volumes no disponível, com produtores ainda focados no cumprimento de contratos fechados antecipadamente e baixa disponibilidade de qualidade superior. A procura maior do que a oferta e o câmbio deram suporte para o Esalq subir recentemente.
A maioria dos compradores indica entre R$ 2,68 a R$ 2,70 por libra-peso para pronta entrega. As indústrias estão bem compradas para o fim do ano e podem interromper recebimentos em breve, já que as paradas para manutenção e férias coletivas ocorrem a partir da metade de dezembro. Não tem oferta de frete depois desse período. Em São Paulo, algumas fábricas sem necessidade de compra urgente estão indicando valores ainda mais baixos, na faixa de R$ 2,55 por libra-peso. Os produtores aguardam para ver a situação do estoque após cumprirem contratos e só então definirão a comercialização do volume remanescente para exportação e mercado interno. Para entrega de janeiro para frente, a indicação de compra fica em R$ 2,65 por libra-peso posto na Região Sudeste ou a fixar tendo Esalq como base. As indústrias precisam planejar compras para a entressafra por causa do ritmo de exportação, que pode continuar acelerado nos próximos meses.
O Brasil se tornou o segundo maior exportador mundial e embarcou mais de 250 mil toneladas nos últimos dois meses. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão do Brasil totalizaram 256,3 mil toneladas em novembro, alta de 21,06% ante igual mês de 2018, quando o Brasil havia embarcado 211,7 mil toneladas ao exterior. Em relação a outubro de 2019, o volume embarcado ficou 11,03% abaixo das 288,1 mil toneladas do período. A receita somou US$ 412 milhões em novembro, 12,26% acima do desempenho de novembro do ano passado, de US$ 367 milhões, mas 11,32% abaixo de outubro, quando o Brasil havia obtido US$ 464,6 milhões com a exportação da fibra. A China está buscando mais algodão no Brasil neste fim de ano para cumprir a cota de importação da Organização Mundial do Comércio (OMC) de aproximadamente 900 mil toneladas. Para que o algodão entre na cota sem imposto precisa ser internalizado na China até o fim de fevereiro.
A China está com pressa de receber e tradings têm urgência em embarcar para usar as cotas. A maior procura da China no País está relacionada a uma combinação de fatores. O algodão brasileiro tem uma qualidade tão boa quanto o algodão norte-americano (a fibra dos Estados Unidos está taxada pela China), o câmbio está bastante desvalorizado e há maior oferta no País. Para a safra 2019/2020, com entrega de agosto do ano que vem para frente, os vendedores buscam entre R$ 2,50 e R$ 2,55 por libra-peso, mas as indústrias não fazem propostas. Na exportação, a indicação de compra este em torno de 200 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP), mas os vendedores indicam 80,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.