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13/Nov/2019

Tendência de alta do algodão com vendedor firme

A alta de 3,12% do dólar frente ao Real neste início de novembro e o atual patamar elevado dos preços internacionais têm deixado vendedores, especialmente tradings, firmes nos preços indicados. Nesse cenário, as cotações da pluma estão avançando no mercado doméstico. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,94% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,56 por libra-peso, o maior valor nominal desde 23 de julho/2019. Alguns vendedores estão com boa parte da produção comprometida e, neste momento, cumprem contratos já realizados. Por outro lado, algumas indústrias, principalmente da Região Nordeste, e comerciantes com necessidade de lotes com melhor qualidade até se dispuseram a pagar mais pela pluma, mas sinalizam dificuldades em obter lotes disponíveis. No geral, a liquidez segue baixa.

Em termos de contratos antecipados, dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) apontam que 45% da safra brasileira 2018/2019 (estimada em 2,726 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab) teria sido comercializada até o dia 12 de novembro. Tomando-se como base os dados da BBM de 2012/2013 e 2017/2018, observa-se que, em média, 80% da produção nacional foi registrada na BBM. Isso pode indicar que cerca de 56% da safra atual já teria sido registrada. Deste total, 45,3% foram direcionados ao mercado interno, 39,6%, ao externo e 15%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Em Mato Grosso, informações divulgadas no dia 7 de novembro pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que já teriam sido comercializadas 87,82% da produção do Estado, estimada em 1,948 milhão de toneladas. Ressalta-se que o volume apontado pelo Imea já negociado está bem acima do registrado na BBM.

Quanto às negociações antecipadas, o ritmo de comercialização está mais aquecido tanto para exportação como para o mercado doméstico, envolvendo a pluma das safras 2018/2019 e 2019/2020. Além dos embarques programados para o fim de novembro e dezembro, algumas indústrias buscam garantir a matéria-prima para 2020, especialmente para os primeiros meses do ano. Tradings também aproveitaram as altas e fixaram preços de contratos firmados anteriormente que estavam baseados nos valores da Bolsa de Nova York. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,63 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão sendo influenciados pela oscilação do petróleo no mercado internacional, pelo enfraquecimento das exportações norte-americanas e pela redução das projeções de produção e estoques dos Estados Unidos.

Na parcial de novembro, o vencimento Dezembro/2019 registra desvalorização de 0,23%, cotado a 64,29 centavos de dólar por libra-peso, mas o contrato Março/2020 apresenta alta de 0,30%, a 66,08 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2020 acumula avanço de 0,73%, a 67,36 centavos de dólar por libra-peso e o Julho/2020, 1,26%, cotado a 68,49 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados no dia 8 de novembro apontaram que o volume produzido mundialmente na safra 2018/2019 deve recuar 4% frente à safra anterior, totalizando 25,87 milhões de toneladas. Vale considerar que, para o Brasil, é estimado aumento de 35,8%, com produção de 2,726 milhões de toneladas na safra 2018/2019. O consumo, por sua vez, deve diminuir 2% para 26,19 milhões de toneladas, enquanto o estoque final pode ficar em 17,54 milhões de toneladas (-0,5%). As importações estão previstas para aumentar em 3,3% na temporada 2018/2019 (para 9,25 milhões de toneladas) e, quanto às exportações, espera-se leve recuo de 0,3% (para 8,99 milhões de toneladas).

A produção mundial da temporada 2019/2020 teve reajuste negativo de 2,3% frente ao relatório anterior, mas ainda está 2,6% acima da safra 2018/2019, em 26,55 milhões de toneladas. Estima-se que o consumo global cresça 1%, indo para 26,45 milhões de toneladas. A comercialização pode totalizar 9,59 milhões de toneladas, com avanços de 3,6% nas importações e de 6,7% nos embarques frente à temporada anterior. O estoque mundial foi estimado em 17,59 milhões de toneladas para a temporada 2019/2020, queda de 3,5% frente aos dados de outubro/19, mas elevação de apenas 0,3% frente à safra 2018/2019. A China deve reduzir em 8,2% seus estoques domésticos se comparados aos da temporada anterior, o Brasil, em 3,2%, e o Paquistão, em 9%. Ao mesmo tempo, estima-se que a Índia aumente o volume estocado em 32% e os Estados Unidos, em 25,8%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.