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04/Set/2019

Tendência de baixa do preço do algodão no Brasil

A comercialização de algodão em pluma seguiu lenta ao longo de agosto. Os agentes priorizaram os embarques de contratos destinados aos mercados interno e externo. Assim, com boa parte da produção comprometida, os produtores estiveram focados na colheita e no beneficiamento da safra 2018/2019. Os vendedores ativos estiveram firmes nos valores indicados, até mesmo para os lotes com alguma característica, como micronaire. Do lado comprador, parte das empresas permanece fora de mercado, utilizando a matéria-prima já contratada e/ou estocada, ao mesmo tempo em que outras adquirem, geralmente, pequenos volumes para atender à necessidade imediata. Os comerciantes estiveram mais ativos para aquisições de lotes no spot, no intuito de atender a programações. As negociações “casadas” estiveram lentas, devido às dificuldades em acordar os preços e a qualidade da pluma.

Assim, pelo quarto mês consecutivo, entre 31 de julho e 30 de agosto, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 1,46%. No acumulado do ano (de 28 de dezembro a 2 de setembro), a baixa é de 19,83%. A média de agosto, de R$ 2,46 por libra-peso, está 6,01% inferior à média de julho/2019 e expressivos 27,51% acima da de agosto/2018, em termos (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/2019). Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra leve queda de 0,05%, cotado a R$ 2,45 por libra-peso. A média do Indicador em agosto ficou apenas 0,3% superior à da paridade de exportação. A média do Indicador com pagamento à vista foi de 61,00 centavos de dólar por libra-peso em agosto, 14,1% inferior à do Índice Cotlook A (de 70,99 centavos de dólar por libra-peso), mas 3,44% acima da média do primeiro vencimento da Bolsa de Nova York, de 58,97 centavos de dólar por libra-peso.

O preço médio de exportação de contratos a termos para entrega em agosto/2019 ficou em 78,16 centavos de dólar por libra-peso. No campo, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados no dia 30 de agosto indicam que a colheita em Mato Grosso avançou 11,3% ante a semana anterior, atingindo 89,77% da área total estimada (1,072 milhão de hectares), inferior aos 90,5% do mesmo período da safra 2017/2018 e levemente superior à média dos últimos cinco anos, de 86,88%. Ao longo de agosto, as negociações antecipadas permaneceram em ritmo lento. A maior parte dos fechamentos com entregas futuras foi efetuada com base no Indicador e na Bolsa de Nova York, a serem fixados posteriormente. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), 75% da safra brasileira 2017/2018, estimada em 2,005 milhões de toneladas, teria sido comercializada até o dia 30 de agosto.

Deste total, 58,2% foram direcionados ao mercado interno, 31,6%, ao externo e 10,2%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a próxima temporada, dados indicam que ao menos 36,6% da produção de 2018/2019 (projetada em 2,691 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab) foi comercializada no mesmo período, sendo 47,3% ao mercado doméstico, 35%, para exportação e 17,8%, para contratos flex. Vale considerar que, nas últimas seis safras, cerca de 80% da produção doméstica foi registrada na BBM. Em agosto, a média mensal da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá, foi de R$ 2,46 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos caíram em agosto, pressionados pela queda nas exportações norte-americanas, pela expectativa de produção mundial volumosa, pelo aumento na projeção dos estoques dos Estados Unidos, pelo enfraquecimento do petróleo e pela elevação do dólar no mercado internacional, ambos podem diminuir a demanda pelo algodão. Além disso, os vencimentos permaneceram influenciados pelo impasse na disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. Entre 31 de julho e 30 de agosto, o vencimento Outubro/2019 se desvalorizou 6,6%, fechando a 59,05 centavos de dólar por libra-peso, o Dezembro/2019 recuou 7,85%, a 58,83 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 caiu 8,1%, para 59,44 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, 8%, cotado a 60,28 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.