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28/Ago/2019

Tendência é de baixa do algodão no mercado físico

À medida que o beneficiamento e as entregas de contratos a termo avançam, alguns lotes de algodão em pluma de melhor qualidade têm sido disponibilizados, aos poucos, no spot nacional. Ainda assim, as indústrias indicam valores inferiores aos pedidos por vendedores, limitando os fechamentos. Parte das empresas recebe a pluma já contratada, reduzindo a necessidade de abastecimento no spot. Apenas comerciantes mostram maior necessidade de compra de pluma para atender a programações. Em meio à disputa sobre preços, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 0,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,45 por libra-peso. Na parcial de agosto, o Indicador acumula queda, de 1,9%. A média parcial de agosto, de R$ 2,46 por libra-peso, está 6% inferior à de julho/2019 e 27,5% abaixo da de agosto/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/2019). Tradings, por sua vez, estão pouco ativas, voltadas aos contratos realizados anteriormente.

O afastamento desses agentes do mercado se deve à queda nos preços externos, que foi verificada mesmo com o dólar se valorizando expressivos 9,3% frente ao Real na parcial de agosto. Para as negociações com entregas futuras, os contratos são realizados tendo como base o Indicador e a Bolsa de Nova York, a serem fixados posteriormente. Vale considerar que foram captados negócios para exportação e para atender indústrias domésticas. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados na semana passada indicam que a colheita em Mato Grosso avançou 13,68% frente ao dia 16 de agosto, atingindo 78,48% da área total estimada (1,072 milhão de hectares), acima dos 76,14% do mesmo período da safra 2017/2018 e levemente superior à média dos últimos cinco anos, de 77,67%. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o final da quarta semana de agosto/2019, a média diária de embarques foi de 1,8 mil toneladas, 13,3% inferior à de julho/2019, mas 68% maior que as 1,1 mil toneladas de agosto/2018.

Na parcial deste mês, o volume embarcado já soma 30,1 mil toneladas. Em faturamento, a média diária é de US$ 2,8 milhões, 12,1% menor que os US$ 3,2 milhões do mês anterior, mas acima do registrado em agosto/2018, de US$ 1,9 milhão. Quanto ao preço médio de agosto em dólares está em US$ 1.605,60 por tonelada, 1,3% maior que o de julho/2019 (US$ 1.584,30 por tonelada), mas 11% inferior ao de agosto/2018 (US$ 1.804,90 por tonelada. Em moeda nacional, o preço médio da parcial de agosto está em R$ 6.415,54 por tonelada, alta de 7,1% frente ao do mês anterior (R$ 5.987,48 por tonelada, porém, recuo de 9,8% se comparado ao de agosto/2018 (R$ 7.098,78 por tonelada). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,48 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos na Bolsa de Nova York registram queda nos últimos sete dias, pressionados pelo enfraquecimento das exportações norte-americanas, pelo recuo do petróleo e pela elevação do dólar no mercado internacional. Ambos tendem a desestimular a demanda pelo algodão.

O vencimento Outubro/2019 apresenta desvalorização de 2,57% nos últimos sete dias, cotado a 57,66 centavos de dólar por libra-peso, o Dezembro/2019 tem recuo de 2,4%, a 57,82 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 registra baixa de 2,18%, a 58,74 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, de 2,45%, cotado a 59,65 centavos de dólar por libra-peso. Estes sãos os menores patamares desde que os respectivos contratos foram abertos. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado no dia 26 de agosto, que em 90% da área já houve formação de maçãs e em 28%, abertura de maçãs, acima dos 20% do mesmo período de 2018. Em relação à qualidade das lavouras, 43% estão em boas e ótimas condições, inferior aos 44% do ano anterior; 40%, em condições medianas, acima dos 25% observados em 2018, e 17%, ruins e em péssimas condições, contra 31% no mesmo período do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.