23/Ago/2019
O ritmo de negócios de algodão no Brasil é lento para pronta entrega, mas os preços estão estáveis. Ainda não há grande volume ofertado no País, apesar da safra robusta, porque os produtores dão preferência ao cumprimento de contratos fechados previamente. As fábricas buscam algum volume para repor estoque após leve aquecimento da negociação de fios. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias registra queda acumulada de 1,44% no mês de agosto. As fábricas indicam entre R$ 2,40 e R$ 2,45 por libra-peso posto na Região Sudeste. Na semana passada, ocorreram negócios a R$ 76,50 por arroba para retirada na Bahia. Os produtores consideram o preço baixo e se dedicam à entrega de algodão de contratos fechados anteriormente. Só ofertam lotes se eles não se enquadrarem nas exigências dos contratos.
Ofertas de tradings no mercado interno, por outro lado, estão na faixa de R$ 2,55 a R$ 2,60 por libra-peso. Em São Paulo, há registro de negócios no disponível de algodão de qualidade desde R$ 2,40 até R$ 2,48 por libra-peso. Para os lotes com qualidade inferior, as indicações são de R$ 2,40 por libra-peso. As indústrias, que até agora vinham aguardando maiores volumes da nova safra, estão voltando a originar algodão. As fábricas voltaram a vender fio e o mercado está mais aquecido internamente. Podem começar a surgir mais lotes no spot entre setembro e outubro, quando boa parte dos contratos já terá sido cumprida. Quanto à qualidade do algodão, o relato é de que apenas uma variedade tem dado problemas de micronaire alto e fibra curta.
Quanto à safra 2019/2020, tradings indicam FOB no Porto de Santos (SP) 100 a 150 pontos acima do vencimento dezembro, mas não rodam negócios. Com a Bolsa de Nova York entre 63,00 e 63,50 centavos de dólar por libra-peso (contrato dezembro de 2020), em preço fixo ficaria entre 64,00 e 65,00 centavos de dólar por libra-peso e na fazenda seria abaixo de 60,00 centavos de dólar por libra-peso. Esse valor não cobre o custo, por isso os produtores estão afastados do mercado. Os produtores têm custo na faixa de US$ 17,00 por hectare, e a referência de compra ficava em torno de US$ 18,00 por arroba. O produtor vai esperar para negociar. Parte dos produtores está aventando reduzir área plantada. A preocupação com os efeitos da guerra comercial sobre a economia mundial pode manter os preços na Bolsa de Nova York sob pressão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.