21/Ago/2019
Após 10 semanas em queda consecutiva, os preços do algodão em pluma registram alta no Brasil. O impulso vem da elevação dos valores internacionais e da expressiva alta do dólar frente ao Real, de 7,06% na parcial de agosto. Diante disso, os vendedores estão elevando os preços indicados e se mantêm firmes, inclusive, para os lotes com alguma característica, como micronaire e fibra. Os produtores seguem atentos às atividades de colheita e beneficiamento. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,74% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,46 por libra-peso. Na parcial de agosto, no entanto, o Indicador ainda acumula queda, de 1,51%. A média parcial de agosto, de R$ 2,46 por libra-peso, está 5,9% inferior à média de julho/2019 e 27,43% abaixo da de agosto/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/2019). Do lado comprador, parte das indústrias não mostra interesse em novas aquisições para embarque imediato, enquanto outras seguem ofertando valores inferiores.
Os comerciantes buscam pluma para cumprimento das programações e alegam dificuldade em realizar novos fechamentos “casados”. Além disso, muitos agentes permanecem focados no cumprimento dos contratos a termo, mantendo-se recuados no spot. No campo, dados Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados no dia 16 de agosto indicam que a colheita em Mato Grosso avançou 18,14% frente à semana anterior, atingindo 64,8% da área total estimada (1,072 milhão de hectares), acima dos 52,98% do mesmo período da safra 2017/2018 e levemente superior à média dos últimos cinco anos, de 64,67%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,43 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os quatro primeiros contratos na Bolsa de Nova York registram alta nos últimos sete dias, impulsionados pela possível trégua na disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, pelo bom desempenho das vendas norte-americanas e pelo avanço do petróleo no mercado internacional, que pode estimular a demanda pela fibra natural.
O vencimento Outubro/2019 apresenta avanço de 1,98% nos últimos sete dias, cotado a 59,18 centavos de dólar por libra-peso, o Dezembro/2019 registra alta de 1,89%, a 59,24 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 acumula valorização de 1,95% no mesmo período, para 60,05 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, 1,66%, a 61,15 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado no dia 19 de agosto, que em 85% da área já houve formação de maçãs e em 24%, abertura de maçãs, acima dos 16% do mesmo período de 2018. Em relação à qualidade das lavouras, 49% estão em boas e ótimas condições, superior aos 42% do ano anterior; 36%, em condições medianas, acima dos 25% observado em 2018, e 15%, ruins e em péssimas condições, contra 33% no mesmo período do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.