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14/Ago/2019

Tendência baixista persiste sobre preço do algodão

Os compradores de algodão estão sem interesse em realizar novas aquisições no spot nacional. A maior parte das indústrias utiliza a matéria-prima estocada e/ou recebida e, quando há necessidade, busca pequenos volumes para reposição, mas oferta valores inferiores pela pluma. Apenas comerciantes estão mais ativos na compra de pluma, a fim de atender a programações, enquanto tradings estão retraídas, atentas aos baixos preços internacionais e à alta do dólar nos últimos dias. Do lado vendedor, boa parte se volta ao cumprimento dos contratos realizados anteriormente. O beneficiamento segue lento, devido ao atraso da colheita e à safra volumosa. Além disso, os vendedores alegam que os valores atuais estão baixos. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 1,27% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,45 por libra-peso. Esta é a décima semana consecutiva de recuo nos valores. Na parcial de agosto, o Indicador acumula queda de 2,23%.

Em 2019, de 28 de dezembro a 12 de agosto, a cotação registra queda de 20,6%, contra recuo de 18% no mesmo período de 2018 (entre 28 de dezembro/2017 e 13 de agosto/2018). A média parcial de agosto, de R$ 2,47 por libra-peso, está 5,65% inferior à média de julho/2019 e 27,23% abaixo da de agosto/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/2019). Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados no dia 9 de agosto indicam que a colheita em Mato Grosso estava em 46,66% da área total estimada (1,072 milhão de hectares), avanço de 10,62% frente ao dia 2 de agosto, acima dos 39,2% do mesmo período da safra 2017/2018, mas inferior à média dos últimos cinco anos, de 51,72%. Além disso, informações divulgadas no dia 12 apontam que já teriam sido comercializadas 79,48% da produção do Estado, estimada em 1,846 milhão de toneladas.

Nos registros da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), são contabilizados negócios equivalentes a 31,5% da produção de Mato Grosso até o dia 13 de agosto, enquanto 35,9% do volume brasileiro já estariam comprometidos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado no dia 8 de agosto, elevou em 1% a produção nacional da safra 2018/2019 frente ao relatório de julho, indo para 2,691 milhões de toneladas, sendo 34,2% superior à temporada passada, devido ao reajuste positivo de 0,63% na área semeada, para 1,61 milhão de hectares (+37,1% se comparada à safra passada). A produtividade média, por sua vez, também se elevou frente ao relatório de julho/2019 (+0,36%), em 1.671 quilos por hectare, mas ainda é 2,1% menor que a produtividade da safra 2017/2018. Em Mato Grosso, o volume a ser colhido está projetado em 1,781 milhão de toneladas, aumento de 0,92% frente aos dados de julho/2019 e 38,1% acima dos da safra 2017/2018. A produtividade média em Mato Grosso deve recuar 1,1%, para 1.641 quilos por hectare.

Na Bahia, a colheita deve atingir 597,6 mil toneladas, reajuste positivo de 2,38% frente à estimativa do mês passado e 19,9% maior que na temporada 2017/2018. Isso porque, em julho, a previsão era de queda de 7% na produtividade média e, em agosto, de 2,4%, para 1.845 quilos por hectare. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,41 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos na Bolsa de Nova York estão oscilando nos últimos dias, influenciados pela piora nas condições das lavouras, pelas elevações do dólar e do petróleo no mercado internacional, pela expectativa de produção global volumosa e pelo aumento nos estoques norte-americanos. Além disso, a tensão quanto à disputa comercial entre os Estados Unidos e a China ainda pressiona o mercado. O vencimento Outubro/2019 apresenta valorização de 0,21% nos últimos sete dias, cotado a 58,03 centavos de dólar por libra-peso, Dezembro/2019 registra queda de 0,58%, a 58,14 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Março/2020 acumula recuo de 1,37% no mesmo comparativo, para 58,90 centavos de dólar por libra-peso e o Mai/2020, desvalorização de 1,6%, cotado a 60,15 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados no dia 12 de agosto indicam que produção mundial 2018/2019 será de 25,95 milhões de toneladas, 3,7% menor que a anterior, enquanto o consumo deve ficar em 26,26 milhões de toneladas (-1,7%). As importações mundiais devem ser de 9,1 milhões de toneladas (+2%) e as exportações, de 8,9 milhões (-0,3%). O estoque global da safra 2018/2019 é estimado em 17,48 milhões de toneladas, alta de 1,3% se comparado à do mês passado, mas ainda deve ficar 0,9% abaixo do registrado na temporada anterior. Para a temporada 2019/2020, a produção deve ser de 27,35 milhões de toneladas, 5,4% acima do volume anterior. O consumo global pode crescer 2%, indo para 26,8 milhões de toneladas. A comercialização deve totalizar 9,6 milhões de toneladas, com elevações de 5% nas importações e de 7,4% nas exportações frente à temporada 2018/2019.

O estoque mundial foi estimado em 17,95 milhões de toneladas, 2,5% maior que o projetado no mês passado e 2,7% acima do da safra 2018/2019. Estimam-se aumentos de 15,7% no estoque da Índia se comparado ao indicado em julho/2019, de 7,5% no estoque dos Estados Unidos, de 2,2% no da China, e de 1,5% no estoque do Brasil. Ainda em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o USDA indicou, em relatório divulgado no dia 12 de agosto, que em 77% da área já houve formação de maçãs e em 20% das lavouras dos Estados Unidos já tinha abertura de maçãs, acima dos 12% do mesmo período de 2018. Em relação à qualidade das lavouras, 56% estão em boas e ótimas condições, superior aos 40% do ano anterior; 34%, em condições medianas, 8% acima do observado em 2018, e 10%, ruins e em péssimas condições, contra 34% do mesmo período do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.