02/Ago/2019
A negociação de algodão ainda é lenta no disponível, com produtores dando preferência ao cumprimento de contratos e fábricas no aguardo de valores ainda menores. Entretanto, há acordos de tradings com fábricas no mercado interno. Alguns produtores também têm ofertado os lotes cuja qualidade não atinge as exigências de contratos fechados anteriormente. Em Minas Gerais, o ritmo de negócios segue lento no disponível, com pequenos volumes sendo negociados para pronta entrega. A safra atrasou um pouco, principalmente na Bahia e em Goiás. Mato Grosso está começando a colher (25,36% da safra foi colhida, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). Os Produtores estão dando prioridade às entregas de contratos. Do lado dos compradores, o interesse também é restrito. Eles estão comprando pequenos volumes, só o estritamente necessário, imaginando que o mercado poderá cair mais. As fiações e tecelagens relatam que as vendas continuam lentas e o faturamento está aquém do que poderia estar.
A indicação de compra para algodão 41.4 com pagamento em 8 dias com HVI de boa qualidade varia de R$ 2,42 a R$ 2,45 por libra-peso mais ICMS posto na Região Sudeste, tanto para entrega em agosto quanto em setembro. Como foram fechados contratos há cerca de dois meses para entrega de agosto a novembro por valores superiores aos atuais, de R$ 2,50 a R$ 2,55 por libra-peso, os produtores preferem cumpri-los primeiro. Os preços atuais para pronta entrega são considerados baixos por produtores em relação às vendas fechadas anteriormente. O que aparece para novos negócios é algodão que não é adequado para os contratos antigos, como por exemplo, algodão com micronaire grosso. Se as propostas dão margem, os vendedores aproveitam para desovar os lotes com problemas de qualidade. O Esalq está refletindo esses negócios e por isso está caindo. As fábricas indicam até R$ 2,50 por libra-peso para algodão normal com bom HVI para agosto e setembro, e há algumas ofertas de tradings entre R$ 2,52 e R$ 2,53 por libra-peso, mas não de produtores.
Nos últimos sete dias, há registro de negócios de tradings com indústrias a R$ 2,54 por libra-peso para algodão de qualidade superior. As indústrias compram pontualmente, com alguma cobertura para agosto e setembro. Com a oferta que o Brasil terá, os preços na Bolsa de Nova York e o câmbio atual, os compradores não têm urgência em negociar. A estimativa é de ainda existe um volume expressivo de algodão a ser comercializado. Para exportação, 60% dos 2 milhões de toneladas que o Brasil deve direcionar ao exterior já foram adquiridos, o equivalente a 1,2 milhão de toneladas. O mercado interno, que deve consumir de 650 mil a 700 mil toneladas nesta temporada, já adquiriu o equivalente à metade do que precisa. Sobraram em torno de 150 mil toneladas da outra safra, o que eleva a oferta para 2,950 milhões de toneladas no Brasil. Neste mês, o volume ofertado tende a crescer no País, com a entrada da safra de Mato Grosso.
A necessidade de liquidez é grande porque a safra é recorde. Como a safra atrasou em Mato Grosso, em agosto os negócios tendem a ser esporádicos ou de oportunidade. Os compradores estão tentando comprar cada vez mais barato. Entretanto, uma alta dos futuros na Bolsa de Nova York, caso haja acordo entre Estados Unidos e China, pode dar algum impulso para os preços. Quanto à negociação antecipada da safra 2019/2020, há registro de negócios por 300 a 350 pontos a menos do que o contrato dezembro de 2020 para contrato flex ou diferido para retirada nas regiões produtoras ou por 250 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP). Entretanto, há ofertas por 300 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP), mas as propostas apresentadas eram de 100 pontos acima. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.