24/Jul/2019
Apesar do ritmo lento das negociações de algodão em pluma no spot, alguns lotes de pequenos volumes estão sendo efetivados, a fim de atender à reposição de comerciantes e de algumas indústrias. A comercialização, que segue acirrada quanto aos valores e à qualidade do produto disponível, envolve tanto a pluma da safra 2017/2018 como a da 2018/2019. Ainda que parte dos vendedores esteja mais flexível em relação aos valores pedidos, os compradores seguem cautelosos, pressionando os valores. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 2,85% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,58 por libra-peso. No acumulado de julho, o Indicador apresenta recuo de 4,9%. A média parcial deste mês, de R$ 2,67 por libra-peso, está 4,4% inferior à média de junho/2019 e 26,03% abaixo da de julho/2018. Os produtores seguem com as atenções voltadas às atividades de colheita e beneficiamento da safra 2018/2019.
Com os preços internacionais enfraquecidos, tradings reduzem os valores de suas ofertas no spot, possibilitando alguns fechamentos. Além disso, os agentes estão focados nos embarques dos contratos firmados anteriormente, especialmente com destino ao mercado externo. Vale registrar que, na parcial de julho, as exportações efetivadas estão a um preço médio de 73,14 centavos de dólar por libra-peso (ou de R$ 2,76 por libra-peso), ou seja, alta de 3,5% em relação às vendas no mercado interno. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o final da terceira semana de julho/2019, a média diária de embarques foi de 2,1 mil toneladas, 34,1% inferior à de junho/2019, mas expressivamente maior que as 400 toneladas de julho/2018. Na parcial deste mês, o volume já atingiu 32 mil toneladas. Em faturamento, a média diária é de US$ 3,4 milhões, 36,5% menor que os US$ 5,4 milhões do mês anterior, mas muito acima dos US$ 700 mil de julho/2018.
O preço médio de julho em dólares está em US$ 1.611,00 por tonelada, 3,6% menor que o preço de junho/2019 (US$ 1.670,70 por tonelada) e queda significativa de 13,1% frente à cotação média de um ano (US$ 1.853,90 por tonelada). Para as negociações futuras, a comercialização também segue lenta. No entanto, alguns fechamentos, principalmente baseados no Indicador e nos contratos da Bolsa de Nova York, ocorrem para entregas nos próximos meses. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,39 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram queda, devido ao enfraquecimento da demanda pela pluma norte-americana, à melhora na qualidade das lavouras dos Estados Unidos e ao recuo do petróleo no mercado internacional, que deixa a fibra sintética mais competitiva frente à natural.
Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2019 registra desvalorização de 1,43%, cotado a 62,79 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2019 apresenta baixa de 0,92%, a 63,36 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 acumula recuo de 1,31%, a 64,15 centavos de dólar por libra-peso e o Mai0/2020, 1,14%, cotado a 65,05 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada norte-americana 2019/2020, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado no dia 22 de junho, que 78% da área já floresceu, acima dos 77% de um ano atrás, mas ainda inferior à média das últimas cinco safras, de 80%. Além disso, em 33% da área dos Estados Unidos já houve formação de maçãs, menor que os 40% do mesmo período de 2018. Em relação à qualidade das lavouras, 60% estão em boas e ótimas condições, superior aos 39% do ano anterior; 30%, em condições medianas, 2% acima do observado em 2018, e 10%, em ruins e em péssimas condições, contra 33% no mesmo período do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.