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02/Jul/2019

Exportações de algodão recordes em 2017/2018

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o Brasil fechou o ciclo de exportação da safra 2017/2018, que se estende de julho de 2018 a junho de 2019, com embarques entre 1,275 milhão e 1,280 milhão de toneladas. Com o resultado, o País se tornou o segundo maior exportador da pluma, atrás dos Estados Unidos. Consolida-se como um novo recorde de exportação para o Brasil, é o maior volume já embarcado. O recorde anterior era de 1,030 milhão de toneladas entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2012. O resultado foi conquistado com melhor planejamento, com uma distribuição mais equilibrada dos embarques, que é a nova dinâmica de exportação para o algodão brasileiro daqui para frente. Com safras maiores, o Brasil passa a ser um fornecedor mundial regular ao longo de 12 meses. Quando as safras de algodão brasileiro eram menores, a exportação era concentrada no segundo semestre.

Durante o segundo semestre, o Brasil ocupava uma janela de entressafra do Hemisfério Norte. Em anos anteriores, 70% da exportação se concentrava no segundo semestre, e 30% no primeiro semestre. Neste ano, O Brasil terá uma distribuição mais equilibrada. Na próxima temporada, muito provavelmente fique perto de 55% no segundo semestre de 45% no primeiro semestre. Os embarques serão diluídos ao longo do ano, usando mais a capacidade que o Brasil tem em 12 meses. Com planejamento, a expectativa é bater um novo recorde e atender à demanda no mercado internacional. Para temporada de exportação de julho de 2019 a junho de 2020, que corresponde à safra 2018/2019, a estimativa é de que as vendas externas do Brasil totalizem de 1,98 milhão a 2 milhões de toneladas. A incerteza sobre o conflito comercial entre Estados Unidos e China não deve ser a principal preocupação do País.

O Brasil tem que ser um grande fornecedor global por competitividade, tem que ter qualidade, regularidade de fornecimento e uma boa aceitação no mercado internacional, o que já tem. O fato de o Brasil ser hoje o quarto maior produtor e o segundo maior exportador faz com que, para mercados importadores, como a China, por exemplo, e outros, o País se torne também um fornecedor estratégico. É importante o País estar fortalecido como um fornecedor ao longo do ano para que seja possível cumprir diferentes janelas de embarque e necessidades de qualidade. Entretanto, o conflito entre Estados Unidos e China abriu uma oportunidade para o Brasil no curto prazo, com 430 mil a 450 mil toneladas de algodão brasileiro embarcadas para o país asiático entre julho de 2018 e junho de 2019. A China reconhece o Brasil como parceiro estratégico.

A guerra comercial trouxe essa oportunidade de curto prazo para o Brasil embarcar mais para a China, mas a competitividade é o principal fator que deve levar o País não só a proteger os principais mercados que já conquistou, mas também a ganhar participação no mercado internacional. No longo prazo, a disputa sino-americana não é saudável. Existem outras coisas que são influenciadas negativamente por essa competição, o próprio mercado têxtil, as confecções, a malharia, a tecelagem, os mercados passam a ficar retraídos, porque o fluxo de comércio internacional diminui. No curto prazo, existe obviamente a vantagem de o Brasil ter embarcado mais algodão para a China, mas, no médio e longo prazo, à medida que você alonga essa situação entre as duas maiores economias do planeta você retrai o consumo global, restringe os investimentos e a expansão do consumo global. Então é importante que haja uma solução e que, além da solução, o mercado seja competitivo para todos. Assim, o Brasil vai continuar ganhando espaço no mercado internacional. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.