26/Jun/2019

A liquidez está baixa no mercado de algodão em pluma nos últimos dias. As indústrias demonstram baixo interesse por novas aquisições, trabalhando com a pluma já contratada e no aguardo do avanço da colheita. Além disso, parte das empresas alega que a venda de produtos acabados está aquém da esperada, o que tem elevado os estoques. Do lado vendedor, muitos estão flexíveis nos preços, mesmo com a disponibilidade de produto da safra 2017/2018. Quanto à nova temporada 2018/2019, a oferta também está limitada, visto que o beneficiamento ainda está em ritmo lento. Desta forma, os vendedores estão ativos no spot para realizar pequenas reposições e/ou entrega de contratos. Ressalta-se que os produtores indicam que já estão com boa parte da safra 2018/2019 comprometida. Nesse cenário, as negociações com embarques futuros nos mercados interno e externo, envolvendo a pluma das safras 2018/2019 e 2019/2020, permanecem lentas. Os atuais patamares dos preços internacionais não têm estimulado a comercialização para as duas próximas temporadas (2018/2019 e 2019/2020).

O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,29% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,75 por libra-peso. Na parcial de junho, o Indicador acumula queda de 4,18%. A média deste mês, de R$ 2,81 por libra-peso, está 2,38% inferior à média de maio/2019 e 29% abaixo da de junho/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de março/2019). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,58 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram queda nos últimos dias, pressionados pela fraca demanda pela fibra norte-americana. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2019 registra desvalorização de 5,07%, cotado a 62,30 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2020 apresenta baixa de 2,54%, a 65,36 centavos de dólar por libra-peso, ambos registrando patamar mínimo no dia 21 de junho.

O contrato Dezembro/2019 acumula queda de 1,1%, a 65,69 centavos de dólar por libra-peso e o Março/2020, 0,64%, cotado a 66,44 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado no dia 24 de junho, que 96% da área foi semeada, abaixo dos 99% de um ano atrás e inferior à média das últimas cinco safras, de 98%. Além disso, 30% da área dos Estados Unidos já floresceu e em 3% já houve formação de maçãs. Em relação à qualidade das lavouras, 50% estão em boas e ótimas condições, acima dos 42% do ano anterior; 33% estão em condições medianas, 6% abaixo do observado em 2018, e 17% estão ruins e em péssimas condições, contra 19% no ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.