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21/Jun/2019

Tendência baixista para preço do algodão no Brasil

Diante da baixa disponibilidade de algodão em pluma no spot e da expectativa de avanço da colheita para as próximas semanas, os compradores buscam adquirir apenas pequenos lotes para reposições. Em Mato Grosso, especificamente, um fator que tem limitado a liquidez nos últimos dias é a possível alteração no regime do Proalmat (Programa de Incentivo ao Algodão de Mato Grosso). O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,36% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,78 por libra-peso, o menor valor nominal desde 21 de fevereiro de 2018. Na parcial de junho, o Indicador acumula queda de 2,93%. A média deste mês, de R$ 2,82 por libra-peso, está 1,84% inferior à de maio/2019 e 28,52% abaixo da de junho/2018. Com as queixas quanto às vendas enfraquecidas dos derivados, parte dos compradores está recuada, utilizando apenas a pluma já contratada e/ou estocada.

Por outro lado, os agentes estão na expectativa cada vez maior da entrada mais volumosa da temporada 2018/2019 no mercado. Assim, os produtores permanecem atentos ao desempenho da colheita, especialmente na Bahia e no Cerrado. As atividades estão em ritmo bastante lento em algumas regiões. Esse cenário tem contribuído para o enfraquecimento das negociações também para o segundo semestre. Para exportação, a liquidez permanece baixa para as próximas duas temporadas (2018/2019 e 2019/2020), o que pode estar atrelado às baixas nos preços internacionais nas últimas semanas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,58 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Nos últimos sete dias, os contratos da Bolsa de Nova York estão oscilando, influenciados pela variação do dólar no mercado internacional, que pode estimular ou desestimular a demanda pela fibra norte-americana, pelo bom desempenho dos embarques dos Estados Unidos, pela expectativa de oferta volumosa e pelo avanço do petróleo. Além disso, também ocorrem movimentos de ordem técnica, com compra de oportunidade. Nos últimos sete dias, apenas o vencimento Julho/2019 registra queda (-0,55%), cotado a 65,63 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2019 apresenta alta de 1,81%, a 67,06 centavos de dólar por libra-peso; Dezembro/2019, de 1,3%, cotado a 66,42 centavos de dólar por libra-peso; e para Março/20, a alta é de 0,69%, para 66,87 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados no dia 11 de junho, indicam que produção mundial 2018/2019 será de 25,88 milhões de toneladas, 4% menor que a anterior.

O consumo está estimado em 26,63 milhões de toneladas, levemente inferior ao da temporada 2017/2018 (26,71 milhões de toneladas). Enquanto a comercialização mundial está estimada em 9,8 milhões de toneladas, o estoque global 2018/2019 deve ficar em 16,88 milhões, 4,2% abaixo da safra anterior. Para 2019/2020, a previsão aponta produção mundial de 27,28 milhões de toneladas, 5,4% superior ao volume da safra anterior, sendo que a Índia deve voltar a ser a maior produtora mundial, com incremento de 9,6%. Os Estados Unidos devem elevar a colheita em 19,8% e o Paquistão em 3,9%. Para o Brasil, a estimativa é de que a produção se reduza em 6,2% (2,6 milhões de toneladas). O consumo global 2019/2020 poderá crescer 2,4%, indo para 27,3 milhões de toneladas. A comercialização deve totalizar 9,7 milhões de toneladas, com elevação de 5,4% nas importações e 6,3% nas exportações frente à temporada 2018/2019. O estoque mundial foi estimado em 16,8 milhões de toneladas, apenas 0,03% menor que o da safra anterior, com redução do estoque da China (-8,4%) e da Índia (-2,6%).

Por outro lado, está projetada elevação de 2,3% no estoque do Brasil e expressivo aumento de 37,6% no volume dos Estados Unidos. As vendas da Reserva Estadual de 2019 da China se enfraqueceram no início de junho, frente às realizadas em maio, à medida que o preço-base aumentou. O volume total inicial da reserva chinesa é estimado em 2,7 milhões de toneladas e a meta de venda é de 1 milhão de toneladas até setembro. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, 89% da área foi semeada, abaixo dos 95% de um ano atrás e inferior à média das últimas cinco safras, de 94%. Além disso, 19% da área dos Estados Unidos já floresceu, 1% acima da média de cinco anos. Em relação à qualidade das lavouras, 49% estão em boas e ótimas condições, acima dos 38% do ano anterior; 36% estão em condições medianas, mesmo percentual que o observado em 2018, e 15% em ruins e péssimas condições, contra 26% no ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.