14/Jun/2019
O mercado de algodão no disponível está em compasso de espera pela chegada da safra 2018/2019 em maior volume ao mercado. Ocorrem poucos negócios no disponível e, em alguns locais, não há sequer indicação de compra ou venda. As fábricas aguardam para comprar quando houver maior volume colhido na expectativa de preços mais baixos, porque as vendas de fios e tecidos estão fracas. Estão saindo negócios da safra antiga, principalmente algodão com algum tipo de característica, a preços mais baixos, devido à queda dos futuros na Bolsa de Nova York, do dólar e a uma retração forte da demanda. As indústrias que tinham estoque até junho a julho agora acreditam que podem fazer esse volume durar até o começo do ano que vem. Há um nível de capacidade ociosa grande e queda nas vendas do varejo, principalmente no ramo têxtil.
As vendas no comércio tiveram o pior resultado desde abril de 2015 e um dos setores com pior desempenho foi vestuário. Isso tem um impacto na cadeia como um todo. Já tem algodão de São Paulo da safra 2018/2019 chegando ao mercado, mas são volumes pequenos. A maior parte da safra provavelmente virá no fim de julho e começo de agosto, com a colheita de Mato Grosso. Aí, haverá pressão maior da oferta e, com a demanda que continua em 700 mil toneladas do mercado interno, existe grande tendência de que os preços do algodão recuem. Há registro de negócios a R$ 2,60 por libra-peso mais ICMS posto em São Paulo, com pagamento em 8 dias para algodão com algum tipo de característica. Nesse patamar, há interesse de venda apenas de produtores e cooperativas, que querem limpar os armazéns no fim da safra.
Tradings indicam R$ 2,68 por libra-peso para vender o algodão internamente, em virtude da conjunção entre futuros e câmbio. Na região oeste da Bahia, as negociações são lentas e os comprador está na expectativa da nova safra. Os produtores não desejam vender agora, pois estão focados na colheita. A maioria vai usar o primeiro algodão para começar a entregar contratos. Até porque os contratos foram fechados a preços mais altos do que está o disponível agora. No mês que vem, podem surgir algumas ofertas para pronta entrega. A safra da Bahia deve ser de 5% a 10% menor do que no ano passado em consequência de perdas por excesso de chuva. Para entrega a partir de setembro, há indicações de venda entre R$ 2,60 e R$ 2,58 por libra-peso, posto na Região Sudeste. A indústria não se interessa neste valor, porque acredita que os preços podem recuar, para abaixo de R$ 2,65 por libra-peso.
Do lado da exportação, a demanda é fraca devido ao recuo dos futuros, à desvalorização do dólar e à preocupação de tradings com o escoamento. Tradings bem compradas estão recuadas e avaliam como será performance dos embarques. A negociação antecipada da safra 2019/2020 está lenta. Os compradores mostram pouco interesse em adquirir volumes neste momento, diante da incerteza sobre os rumos da economia. Os produtores, por outro lado, desejam o valor do contrato dezembro de 2020 FOB no Porto de Santos (SP), de 66,11 centavos de dólar por libra-peso. Para 2019/2020, há registro de alguns negócios na Bahia entre 150 a 200 pontos sobre o vencimento dezembro FOB no Porto de Santos (SP). Contudo, a movimentação está mais lenta do que em igual período do ano passado. Como a Bahia colhe uma safra só, muitos produtores estão decidindo entre soja e algodão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.