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12/Jun/2019

Tendência de baixa do algodão com demanda fraca

Mesmo que alguns vendedores estejam mais flexíveis nos valores de negociação da pluma, as indústrias ofertam preços ainda menores, dificultando os fechamentos. Além disso, os compradores ainda alegam dificuldades em encontrar a pluma com características desejadas. No geral, os compradores estão retraídos do spot devido à expectativa de boa oferta da temporada 2018/2019 e de consequente preço mais atrativo. Esses agentes trabalham com a pluma estocada ou recebida por meio de contratos firmados na safra 2017/2018. Os comerciantes, por sua vez, realizam negócios “casados”, mas também tentam adquirir a pluma para cumprimento de programações. Do lado vendedor, especialmente tradings estão mais flexíveis nos preços por conta das desvalorizações dos contratos na Bolsa de Nova York e do dólar. Na primeira semana de junho, o preço médio da pluma no mercado doméstico esteve apenas 6,3% superior ao da paridade de exportação.

Assim, após recuar 2,58% em maio nos últimos sete dias, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,82 por libra-peso. No acumulado de 2019 (de 28 de dezembro a 7 de junho), a baixa é de 7,81%. Os produtores indicam estar com boa parte da produção 2018/2019 comprometida e, por isso, se atentam ao desenvolvimento da pluma e aguardam o avanço e/ou início da colheita. A temperatura mais baixa deve atrasar a maturação e, consequentemente, a colheita da safra 2018/2019 em algumas regiões de Mato Grosso e na Bahia. Chuvas em parte das lavouras nos meses anteriores também podem limitar as atividades de campo. Quanto às negociações futuras, as baixas externas limitam os fechamentos envolvendo a pluma das próximas duas safras (2018/2019 e 2019/2020). Ressalta-se que parte dos agentes está retraída desde o final de maio.

O 9º levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (11/06), revisou levemente o volume esperado para a temporada 2018/2019, indo para 2,67 milhões de toneladas, 33,4% acima da anterior. O avanço de 36,2% na área semeada é que influenciou essa alta na estimativa de produção, tendo em vista que a produtividade média se manteve em 1.673 Kg por hectare (-2%). A produção em Mato Grosso está estimada em 1,76 milhão de toneladas, crescimento de 36,8% frente à safra 2017/2018, mesmo com a leve retração de 1,1% na produtividade média, para 1.641 Kg por hectare. Para a Bahia, a colheita está estimada em 587,6 mil toneladas, aumento de 17,9%, também puxada pela alta na área semeada (+25,9%), visto que a produtividade média pode ficar em 1.770 Kg por hectare (-6,3%). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,68 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Os contratos da Bolsa de Nova York permanecem em queda nos últimos dias, pressionados pelo impasse nas negociações entre Estados Unidos e China, pelo enfraquecimento da demanda pela fibra norte-americana, pela expectativa de maior produção global e pelo recuo no preço do petróleo no mercado internacional, que torna a fibra sintética mais competitiva. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2019 registra desvalorização de 4,94%, a 65,99 centavos de dólar por libra-peso, o Outubro/2019, de 3,94%, para 65,87 centavos de dólar por libra-peso, o menor desde que começou a ser cotado e Dezembro/2019, 3,53%, a 65,57 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 registra baixa de 3,29% no período, cotado a 66,41 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 75% da área foi semeada até o dia 9 de junho, abaixo dos 88% de um ano atrás e inferior à média das últimas cinco safras, de 87%. Em relação à qualidade das lavouras, 44% estão em boas e ótimas condições, acima dos 42% do ano anterior; 41% estão em condições medianas, 5% inferior ao observado em 2018, e 15%, em ruins e péssimas condições, contra 21% no ano anterior.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, em maio/2019, foram embarcadas 82,3 mil toneladas da pluma, 11,7% superior ao volume de abril/2019 (de 73,7 mil toneladas) e expressivamente acima das 18,5 mil toneladas de maio/2018 (+345%). Entre agosto/2018 e maio/2019, o Brasil embarcou volume recorde de 1,2 milhão de toneladas de pluma. O faturamento em maio foi de US$ 140 milhões, 11,5% maior do que o de abril/2019 e quatro vezes mais que o de abril/2018 (US$ 33,8 milhões). Quanto ao preço médio, de 77,13 centavos de dólar por libra-peso em maio, ficou apenas 0,2% maior que o do mês anterior, mas recuou 6,9% em relação ao de maio/2018. As importações somaram 262,2 toneladas em maio/2019, duas vezes mais que as 121,5 toneladas de abril, mas queda de 87,3% no comparativo com maio/2018 (2,057 mil toneladas). O preço médio de importação foi de 100,31 centavos de dólar por libra-peso em maio/2019, queda de 18,2% se comparado ao de abril/2019, mas alta de 25,4% sobre maio/2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.