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31/Mai/2019

BA: área de algodão deve crescer em 2019/2020

Os produtores da Bahia, segundo maior Estado produtor de algodão do Brasil, se preparam para colher em breve uma safra 15% maior e já avaliam um aumento de área de 10% para a safra 2019/2020. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), está tudo pronto para o início da colheita do algodão na região oeste da Bahia nesta primeira quinzena de junho. O principal motor do crescimento da produção é a área plantada de 25% a 26% maior, já que a produtividade tende a ficar na faixa de 300 a 305 arrobas por hectare, um pouco abaixo das 330 arrobas por hectare obtidas no ciclo anterior. Porém, ainda é uma excelente produtividade, é o melhor rendimento de algodão não irrigado do mundo.

Segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), um período de seca em janeiro e fevereiro prejudicou o desenvolvimento da fibra. Como a cultura estava numa fase que não exige tanta água e suporta o estresse hídrico, houve perdas, mas não foram grandes. Os bons resultados refletem a aposta do produtor em tecnologia, como o investimento em máquinas, sementes e fertilizantes, além de melhoria dos solos por meio de plantio direto. Para a safra 2019/2020, que será plantada no fim do ano, pode haver um aumento de 10% na área. A área pode crescer mais, apesar de o mercado neste momento estar em uma situação ruim em função da guerra comercial entre China e Estados Unidos, com preço caindo 20%. A área estimada é 350 mil hectares de algodão para a safra 2019/2020.

Neste ano, foram plantados 326 mil hectares. O conflito comercial sino-americano também tem afetado os preços da soja, o que prejudica os produtores da região, que costumam se dedicar às duas commodities. Não há muita alternativa. A lucratividade deve ser menor do que a obtida no ano passado e neste ano, a não ser que aconteça um fator climático principalmente na safra norte-americana que venha a alterar essa situação. Contudo, a produtividade e a escala de plantio na Bahia ajudam a superar os efeitos da queda dos preços. Em um momento de dificuldade, o suporte vem da escala de produção, que é muito maior do que a dos concorrentes.

Há os problemas de logística, mas os fatores produtividade e escala são favoráveis. O produtor da região aposta na tecnologia para seguir competitivo e, para o algodão, essas compras são fechadas em grande parte durante a Bahia Farm Show. Novas tecnologias permitirão melhorar a produtividade e reduzir custos para fazer frente às quedas nos preços. Os investimentos neste ano devem ser mais em reposição de máquinas, algum aumento em maquinário em virtude do crescimento de área e a busca de novas tecnologias que estão chegando no campo, principalmente essa parte de conectividade entre os equipamentos.

Segundo a cooperativa Cooperfarms, que atua principalmente no oeste da Bahia, em 2018/2019 houve um aumento de área de algodão em torno de 20%, para 70 mil hectares, na área dos cooperados, com área migrada de milho e soja. O algodão da Bahia vem se mostrando um grande negócio, porque a qualidade da pluma é muito boa, e tem sido possível atingir patamares de produtividade cada vez mais altos. Este foi um ano especial novamente para o algodão pensando em clima, mas em contrapartida houve problemas com pragas. A lagarta Spodoptera foi preocupante e envolveu um custo alto para combatê-la.

No fim de março, uma chuva intensa prejudicou o algodão plantado um pouco mais cedo, mas, como choveu bastante no fim do ciclo, a planta vai conseguir uma boa finalização. A área no oeste da Bahia está se consolidando, sem grandes espaços para expansão, mas a cooperativa espera nova migração de soja e milho para algodão. Para a próxima safra, existe a possibilidade de mais algum aumento de área de algodão. Mas ainda é cedo, depende ainda da questão de preços, pois o produtor tem que fazer determinada quantidade de vendas para ver se os custos se encaixam. Falava-se que a área iria aumentar mais uma vez, mas os preços estavam em outro patamar até pouco tempo atrás. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.