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23/Mai/2019

Preços do algodão caem e comercialização é lenta

A negociação de algodão ocorre pontualmente no mercado disponível brasileiro. As fábricas citam vendas fracas de fios e acreditam que os preços no Brasil ainda não refletiram por completo a queda das cotações internacionais ou a safra robusta que deve entrar no mercado nos próximos meses. As negociações da safra 2018/2019 estão mais lentas, com vendedores afastados porque já negociaram uma grande parcela da produção e consideram os valores atuais pouco atrativos. O Indicador Cepea/Esalq para pagamento em 8 dias está cotado a R$ 2,85 por libra-peso. A queda acumulada em maio é de 3,04%. Para pronta entrega, os vendedores indicam R$ 2,85 por libra-peso para entrega na Região Sudeste, enquanto os compradores indicam, no máximo, R$ 2,75 por libra-peso. Tradings, nos valores atuais da Bolsa de Nova York e dólar, ainda direcionam algodão para exportação. Os últimos dois meses não foram favoráveis para indústria, pois o consumo é fraco.

Os compradores esperam a entrada da safra nova, na intenção de adquirir algodão mais barato e reduzir custo. Em Mato Grosso, a negociação vinha parada, mas nos últimos sete dias, cargas ocasionais foram movimentadas. A referência de compra atualmente é de R$ 97,00 por arroba bruto ou R$ 2,45 por libra-peso, para retirada em Mato Grosso mais ICMS. Os preços estão em queda e boa parte das indústrias está fora de novas aquisições. Apenas compradores com necessidade de atender contratos estão ativos e, mesmo assim, cautelosos quanto aos valores ofertados e à qualidade da pluma. Para a safra 2018/2019, os preços recuaram com a expectativa de produção brasileira em torno de 2,8 milhões de toneladas, além da queda dos futuros. As indústrias indicam menos de R$ 2,70 por libra-peso. Os compradores não adquirem no momento, pois acreditam que haverá bastante oferta de algodão. Para exportação, multinacionais oferecem prêmio zero ante o vencimento dezembro FOB no Porto de Santos (SP).

Tanto no caso do mercado interno como da exportação, não saem negócios. Os vendedores negociaram a preços mais altos e, mesmo com ganho de produção, não se interessam em negociar. A evolução das lavouras ocorre tranquilamente. A safra vai bem, mas pode ser que atrase um pouco o início da colheita. A forte queda nos preços internacionais em maio e a estimativa de boa colheita em breve afastam compradores do mercado, que esperam por recuos mais intensos. Os vendedores seguem atentos à desvalorização do Real frente ao dólar e a falta de acordo entre os Estados Unidos e a China. Em Mato Grosso, da safra 2019/2020 continuam saindo negócios, mas em volumes bem menores do que no mês passado, em virtude da queda dos futuros na Bolsa de Nova York. Nesta semana, a indicação de compra está entre 50 e 100 pontos abaixo do vencimento dezembro da Bolsa de Nova York FOB no Porto de Santos (SP). Os prêmios vêm caindo gradativamente.

Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em baixa nesta quarta-feira (22/05). O vencimento julho caiu 57 pontos (0,85%) e fechou a 66,75 centavos de dólar por libra-peso. O recuo é reflexo da queda do petróleo, que piora a competitividade relativa das fibras naturais, e da alta do dólar no exterior, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais caras para investidores estrangeiros. Traders ainda monitoram a situação das lavouras nos Estados Unidos. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os produtores tinham semeado 44% da área total prevista até o dia 19 de maio, ante 45% na média dos cinco anos anteriores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.